18.3.16

das newsletters


Fotografia de Galymzhan Abdugalimov | Unsplash

Estou há algumas semanas com trabalho mais intensivo durante a semana, o que tem feito com que desligue mais ao fim-de-semana (não totalmente, mas mais, pela minha sanidade) e o que me trouxe de volta o sabor das sextas-feiras - que é maravilhoso. Chegar a sexta-feira à noite é maravilhoso. Esboçando um pequeno exemplo da minha felicidade: hoje, que consegui terminar a horas decentes, fui direita ao frigorífico para celebrar com uma querida mini. Um copo à sexta-feira, tal como a sexta-feira, tem outro sabor.

[No entanto constatei que estamos sem cerveja em casa. Costumamos ter sempre no frigorífico, para uma eventualidade ou para sextas-feiras à noite, mas parece que se acabou. Humm, apetecia-me mesmo. Felizmente há substituições. A garrafa de vodka que um amigo polaco me ofereceu há uns tempos piscou-me o olho e eu pensei why not? Na verdade trabalho com e para russos, parece-me mais que apropriado :) Tudo isto para vos dizer que escrevo com um vodka tónico ao lado]

Tenho sentido que tenho muito para contar mas na realidade os dias têm sido um pouco intensos e chego à noite farta cansada de computador. O Manel é testemunha, há dias em que só me movo entre o escritório, a casa de banho e a cozinha. Acho que o que me safa é o facto de ser bastante organizada. Tenho tudo apontado, para que nada me escape, e faço questão de não deixar questões pendentes ou por resolver para o dia seguinte. Não há nada como adormecer com a sensação de missão cumprida.

Entretanto há uma medida que tenho vindo a tomar ao longo dos últimos dias e que se tem provado oportuna. Acho que vale a pena partilhar por aqui. Às vezes leio - ou melhor, traduzo - artigos com sugestões para aumentar a produtividade (apesar do tom de auto-ajuda, adoro, são sempre divertidos). Uma sugestão comum é: defina três momentos do dia para consultar o e-mail - de manhã, a meio do dia e ao final do dia - para evitar distracções. Pois bem, é algo que não consigo fazer.

Não consigo estar bem com a sensação de será que me disseram alguma coisa? Prefiro ser "interrompida" com mais frequência mas saber que lido com os assuntos no momento - ou que sei o que se está a passar (pode ser um sinal dos tempos, de vivermos tão no imediato, mas na realidade sou assim desde sempre). Como recebo os e-mals em pop-up, estou a trabalhar e aparece-me uma janelinha de lado, com o remetente e assunto, logo consigo perceber do que se trata - e prefiro assim, mesmo que não responda logo.

Acontece que sou (somos) invadidos por newsletters e campanhas publicitárias que fomos subscrevendo, e não subscrevendo, ao longo da vida (ou dos últimos 10 anos, vá) - e mesmo que não abramos os e-mails, acabam por distrair. Solução? Ao longo das duas últimas semanas tenho vindo a fazer unsubscribe a tudo o que são newsletters indesejadas. Se gosto de saber as novidades da Lanidor ou da Women's Secret? Sim, mas não têm de interromper a minha tradução sobre o PSI20. Não combina :)

Posso sempre visitar os sites por iniciativa própria e, para quem não resiste a compras (not exactly me), não faz mal nenhum à carteira não ter lembretes para as novas colecções. Fica a dica! 

15.3.16

a história de quando o manel aprendeu a fazer sopa

É curioso mas tenho sempre vontade de cozinhar à segunda-feira, creio que por ter as baterias carregadas do fim-de-semana. Da mesma forma, à sexta-feira tendemos a fazer coisas mais práticas (pizzas ou tostas caseiras) precisamente pelo cansaço acumulado e preguiça de estar muito tempo na cozinha. Costumamos estar em sintonia :) Mas voltando à segunda-feira, ou a ontem: tinha um enorme saco de cenouras no frigorífico e decidi fazer o creme de cenoura que andava a adiar. Comecei por cortar a cebola, a parte que gosto menos (choro sempre e não gosto do cheiro que fica nas mãos) enquanto o Manel preparava salmão para o jantar. Passei para as cenouras. Ia a meio do saco quando distraída não cortei apenas a cenoura: um pequeno pedaço de polegar da mão esquerda. "Manuuuuu" chamei (entretanto tinha-se escapulido para a sala). Nunca me tinha cortado tão profundamente e vi o caso mal parado - gosto bastante de ver séries passadas em hospitais e já assisti a operações ao vivo (long story) mas sou um pouco mariquinhas sensível comigo, já imaginava o meu dedo a ser amputado. Resultado: fiquei atarantada e desatei num pranto. Tentámos resolver em casa mas acabámos por ir à farmácia (se estivesse sozinha tinha ido a correr para o hospital. Sim, sou essa pessoa).

Na farmácia deram-me um spray cicatrizante e pensos - mas mal olharam para o corte. Voltei refilona e estive toda a noite assim. O meu trabalho é teclar, horas e horas a teclar, preciso das minhas mãos decentes. Foi só o polegar mas influencia tudo - e acima de tudo o humor. Mas bem, regressados a casa, retomámos as tarefas deixadas a meio. Foi nesse momento que o Manel me proibiu de tocar nas cenouras, na faca, e em tudo o resto, assumindo a responsabilidade pela sopa - o que não é nada de extraordinário, pois costuma cozinhar. No entanto, apesar de muito prendado no que toca a petiscos ou pratos de carne e de peixe, há duas coisas que nunca o vi fazer: sobremesas e sopas. Pois bem, ontem foi o dia. Orientei só aqui e ali, nos ingredientes que faltavam, e depois novamente no fim, na parte de passar com a varinha mágica. Resultados: o meu dedo continua por cá, não com grande aspecto e a chatear-me um pouco; o creme de cenoura, que provámos hoje ao almoço, ficou óptimo; e o Manel ficou entusiasmado com a potencial aquisição de acessórios culinários que facilitem a preparação de sopas e afins e protejam os dedos cá de casa. Quase final feliz. Espero que o dedo volte ao normal depressa. Sou péssima doente, admito.

9.3.16

últimos tempos

Nunca andei tão desaparecida daqui. A verdade é que a semana passada foi mesmo muito preenchida com trabalho - com vários trabalhos e muitas horas dedicada aos mesmos - e o fim-de-semana foi passado fora. Adaptação, logística, stress (algum) são as palavras que a definem melhor. Esta semana está a ser bem mais controlada - e até consegui voltar ao ginásio hoje de manhã (não ia desde a segunda-feira passada, há meses que não fazia um intervalo tão grande). Em modo expresso:

Duas conclusões dos últimos tempos: (i) o ginásio faz-me uma falta tremenda - já por aqui disse que a energia, e a capacidade de trabalho e de foco, são muito superiores nos dias em que vou de manhã ao ginásio (é mesmo incrível); e (ii) tinha saudades de ter um grande volume de trabalho em mãos - quanto mais trabalho mais me apetece trabalhar. Sempre gostei de trabalhar (e não tenho estado parada) mas a dose dos últimos tempos reforçou o feeling.

Três verdades cruas dos últimos tempos: (i) estive sem sair de casa entre segunda-feira às 9h e quinta-feira às 16h (true story, acho até que empalideci); (ii) houve dois dias em que não tomei banho - luxos (?) de quem trabalha em casa (calma: higiene básica e mudança de roupa garantidas); e (iii) houve dois dias em que trabalhei todo o dia de pijama - acho que nunca o tinha feito e não gostei. Parece-me, sinceramente, que bloqueia a produtividade.

Por hoje é tudo. Volto amanhã.

[Não Inês, não sou eu na fotografia - mas podia ser, é o que mais tenho feito nos últimos tempos: teclar, teclar, teclar] - Fotografia de William Iven | Unsplash

7.3.16

sem título

Hoje, na ressaca de um fim-de-semana juntas, desejei que tivéssemos a mesma idade - para poder adormecer no conforto da ideia de que seremos companheiras até ao fim.