15.3.16

a história de quando o manel aprendeu a fazer sopa

É curioso mas tenho sempre vontade de cozinhar à segunda-feira, creio que por ter as baterias carregadas do fim-de-semana. Da mesma forma, à sexta-feira tendemos a fazer coisas mais práticas (pizzas ou tostas caseiras) precisamente pelo cansaço acumulado e preguiça de estar muito tempo na cozinha. Costumamos estar em sintonia :) Mas voltando à segunda-feira, ou a ontem: tinha um enorme saco de cenouras no frigorífico e decidi fazer o creme de cenoura que andava a adiar. Comecei por cortar a cebola, a parte que gosto menos (choro sempre e não gosto do cheiro que fica nas mãos) enquanto o Manel preparava salmão para o jantar. Passei para as cenouras. Ia a meio do saco quando distraída não cortei apenas a cenoura: um pequeno pedaço de polegar da mão esquerda. "Manuuuuu" chamei (entretanto tinha-se escapulido para a sala). Nunca me tinha cortado tão profundamente e vi o caso mal parado - gosto bastante de ver séries passadas em hospitais e já assisti a operações ao vivo (long story) mas sou um pouco mariquinhas sensível comigo, já imaginava o meu dedo a ser amputado. Resultado: fiquei atarantada e desatei num pranto. Tentámos resolver em casa mas acabámos por ir à farmácia (se estivesse sozinha tinha ido a correr para o hospital. Sim, sou essa pessoa).

Na farmácia deram-me um spray cicatrizante e pensos - mas mal olharam para o corte. Voltei refilona e estive toda a noite assim. O meu trabalho é teclar, horas e horas a teclar, preciso das minhas mãos decentes. Foi só o polegar mas influencia tudo - e acima de tudo o humor. Mas bem, regressados a casa, retomámos as tarefas deixadas a meio. Foi nesse momento que o Manel me proibiu de tocar nas cenouras, na faca, e em tudo o resto, assumindo a responsabilidade pela sopa - o que não é nada de extraordinário, pois costuma cozinhar. No entanto, apesar de muito prendado no que toca a petiscos ou pratos de carne e de peixe, há duas coisas que nunca o vi fazer: sobremesas e sopas. Pois bem, ontem foi o dia. Orientei só aqui e ali, nos ingredientes que faltavam, e depois novamente no fim, na parte de passar com a varinha mágica. Resultados: o meu dedo continua por cá, não com grande aspecto e a chatear-me um pouco; o creme de cenoura, que provámos hoje ao almoço, ficou óptimo; e o Manel ficou entusiasmado com a potencial aquisição de acessórios culinários que facilitem a preparação de sopas e afins e protejam os dedos cá de casa. Quase final feliz. Espero que o dedo volte ao normal depressa. Sou péssima doente, admito.

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