29.1.16

downton abbey

Tenho um gosto eclético no que toca a séries: vi (e revi) todas as temporadas de Sex and the City e de Grey's Anatomy. Vi todas as temporadas de How I Met Your Mother. Vi Castle e Modern Family durante algum tempo e alguns episódios de Dr. House. Ah, há muitos anos também vi Heroes (hoje penso: como?) e há pouco tempo vi, com o Manel, Les hommes de l'ombre (os Influentes, passou na RTP2). Tudo isto espaçado em anos e, tirando a última, sempre em streaming.

Entretanto o Manel aderiu ao Netflix. Vimos a primeira temporada de Narcos e há uma semana atrás começámos a ver Downton Abbey. Já vimos a primeira temporada toda - é curta - e já estou cheia de pena por saber que são apenas seis. Sim, é um pouco "novela" mas bem disfarçada e na verdade prende. Ao final do dia já estou a pensar no episódio que vamos ver à noite (e apetece sempre ver mais do que um). Tenho a certeza de que vou ter saudades das personagens quando acabar... O Mr. Bates. A Anna. O Carson. A Lady Mary.







Fotografia Google Images

Fica a sugestão. Pequeno detalhe: o primeiro mês de Netflix é gratuito e sem compromisso :)

28.1.16

escrever

Gosto de escrever. Nem sempre reúno as condições (sossego, algum isolamento - sim, sei que sou complicada) de que preciso para o fazer como gosto, com maior subtileza, mas até mesmo na escrita mais leve ou técnica encontro prazer. A produção de conteúdos fez parte das diversas experiências profissionais que tive - antes da vida freelancer - e era o que fazia com maior satisfação, sem hesitações, provavelmente por ser um momento autónomo, só meu. Gosto de trabalhar sozinha.

Curiosamente encontrei, recentemente, uma plataforma online que aceita encomendas de artigos (da parte de publicações digitais ou mesmo de particulares) e atribui a elaboração dos mesmos a redactores freelancer. Ser recompensado por escrever, de uma forma tão simples? Desconfiei. Bom demais para ser verdade. Passeei pelo site para perceber o funcionamento: depois de elaborados e revistos por uma equipa de editores os artigos são entregues ao cliente e o freelancer é devidamente remunerado.

Decidi registar-me. Um processo muito simples: são solicitados apenas alguns dados e um texto com um mínimo de 500 palavras (mais ou menos o equivalente a uma página word) para a equipa de editores poder avaliar a minha escrita. Nesse momento pensei que talvez se tratasse de algo sério. Preparei um texto dentro de um dos quatro temas que sugeriam. Li, corrigi, voltei a ler, gostei do que li e submeti. Passadas 24 horas úteis tinha a resposta: candidatura aceite. 

A partir desse momento passei a ter acesso aos "artigos disponíveis" na plataforma. Espreitei e não encontrei nenhum. Voltei umas horas mais tarde, nada. Voltei ontem de manhã e estava um artigo disponível, uau! Confesso que nem me recordo do tema, apenas me lembro dos requisitos para o mesmo: artigo com um mínimo de 650 palavras - o que será uma página e meia - e valor: 2€. 2€. Para investigar sobre um tema, recorrer a várias fontes e produzir um texto?

Estimei que precisaria de pelo menos uma hora, provavelmente um pouco mais. Pareceu-me demasiado absurdo para ser real e tentei perceber se a plataforma estava realmente a ser utilizada por mais pessoas. Pesquisa rápida no Google e fui parar a um fórum onde percebi que, entre aqueles que tinham sido aceites como redactores (porque houve candidaturas recusadas), reinava alguma felicidade por estarem prestes a receber 6€ por três artigos que tinham escrito. Três artigos. Umas três horas?

Útil em situação de desespero, de desemprego? Claro, não digo que não. A plataforma deixa claro que não se trata de um emprego, apenas de um complemento? Sim, deixa claro. Contudo, complemento ou não, não deixa de ser um valor demasiado baixo para o trabalho que representa. Não é "qualquer um" que escreve, como não é qualquer um que traduz ou que ensina. A produção de conteúdos requer um certo nível de vocação, entre exigências de cariz e rigor técnico.

Depois do choque inicial fiquei apenas triste. Crio expectativas com facilidade e fiquei entusiasmada com a possível actividade paralela - a fazer algo que gosto. Enfim, já passou. Vou voltar a espreitar o site para tentar perceber se mantêm os mesmos valores - o que imagino que sim - mas não estou disposta a colaborar nesses termos e fico incomodada (apesar de compreender potenciais situações de desespero) com o facto de algumas pessoas estarem.

Fotografia de Florian Klauer, Unsplash

26.1.16

a granel

Hoje visitei a Casa a Granel. O nome não deixa lugar a dúvidas: é uma loja onde se vendem produtos (sementes, frutos secos, farinhas, cereais, entre outros) a granel. Li sobre a mesma na New in Town, espreitei a página de Facebook e hoje, finalmente, passei por lá. Fica mesmo em frente à Igreja do Santo Condestável, ao lado do Mercado de Campo de Ourique (que é o meu bairro).

O grande destaque da loja é a variedade: tem as paredes cobertas com dispensadores. É verdade que a oferta a granel está a voltar (e só encontro benefícios, tanto no combate ao desperdício alimentar como na protecção do ambiente) mas é ainda bastante limitada. Recorro sempre ao Brio que, em comparação com a Casa a Granel, tem uma oferta muito inferior (provavelmente por fornecer apenas produtos biológicos).

A Casa a Granel tem produtos biológicos e não-biológicos (e estes, na sua maioria, de origem natural: livres de todo o tipo de aditivos químicos e produzidos de forma tradicional, apenas sem a certificação biológica). Fiquei surpreendida com a oferta e encontrei produtos que procurava há algum tempo (como arandos desidratados). Cumprindo o prometido comprei nozes de macadâmia e castanhas do maranhão.

Estive bastante tempo à conversa com o dono - que se interessa por tudo o que está por detrás dos produtos que vende (que benefícios oferecem, como devem ser utilizados) e faz questão de o partilhar com os clientes. A Casa a Granel é a verdadeira loja de bairro, de comércio tradicional. É simples e despretensiosa mas não deixa de ser acolhedora. No fundo, também são as pessoas que fazem os sítios.


Fotografia do meu Instagram

22.1.16

claraboia

Ontem à noite fomos ver a peça Claraboia baseada no romance homónimo de Saramago <3 e que está n'A Barraca até Fevereiro. Li o livro - já li quase todas as obras de Saramago, que é o meu autor preferido desde que o descobri - mas quem não leu (como o Manel) também acompanha muito bem a história. Vale a pena assistir à peça! Sem querer adiantar muito da história avanço apenas que o cenário está muito bem montado para representar as vidas em cada um dos andares (o romance retrata o quotidiano de várias famílias num prédio lisboeta na década de 50). Apesar de enorme - confesso que não esperava 3 horas (21:30 - 00:30 com intervalo de 10 minutos pelo meio) - a peça vê-se muito bem, essencialmente por ser uma história dinâmica. Do elenco fazem parte bons nomes do teatro, como Maria do Céu Guerra, João Maria Pinto e Rita Lello, com excelentes prestações. Na verdade, há anos que não ia ao teatro - e admito que se contam pelos dedos das duas mãos todas as vezes que terei ido. Foi bom relembrar que é um espectáculo único: sala cheia, os actores ali tão perto (ficámos na primeira fila) e a emoção final quando toda a plateia se levanta para bater palmas... Vale a pena. Detalhes sobre a peça aqui.




































Cartaz retirado daqui

[A minha mãe (atenta seguidora do blog) veio jantar cá a casa e foi connosco ao teatro (também tinha lido a obra e estava curiosa com a peça). Vive em Setúbal e no caminho para cá fez um desvio por Azeitão, para passar pelo Cego :) recordam-se da frustração sentida aqui? Pois bem, ultrapassada :)]

21.1.16

sim, ontem estava rabugenta

Ainda agora disse aqui que ontem estava rabugenta: saíram os resultados do tal concurso público e, como previsto, não tinha mesmo corrido bem. No fundo tinha alguma esperança, porque sou naturalmente optimista.. Fiquei momentaneamente triste mas depois agarrei-me ao trabalho e desvalorizei. Quero pensar que se não correu bem é porque não era suposto e porque é necessário espaço (e tempo) para que algo melhor aconteça. Não é acreditar no destino, é acreditar no equilíbrio. Há a possibilidade de estar a enganar-me a mim própria mas por enquanto vou continuar a pensar assim.

[E hoje acordei muito mais bem-disposta]

responder (sempre)

Das coisas que não compreendo: pessoas que não respondem a mensagens ou e-mails (profissionais). Não insisto numa resposta dentro de 24 horas e nunca em período de férias ou fins-de-semana. Falo de resposta - responder, efectivamente, a quem aguarda - em dias úteis e, pelo menos, em 48 horas. Dois dias. Parece-me razoável, tanto para quem escreve como para quem aguarda.

É algo que me ultrapassa, principalmente quando é do interesse da pessoa envolvida (e que não responde). A não ser que algo de transcendente se passe na vida da pessoa em questão - e acontece, naturalmente - não encontro razão. Melhor, encontro: é falta de educação e de profissionalismo. Até porque há sempre a possibilidade de telefonar e resolver o assunto (responder) em segundos. Não deixar pessoas à espera.

[Confesso que pensei em escrever este post ontem, estava mais rabugenta. Hoje acordei bem-disposta mas achei que devia escrever na mesma. Aplica-se: ainda não me responderam.]

19.1.16

blue monday

O meu mood de ontem está explicado: blue monday - o dia mais deprimente do ano (ou não, parece que é contestado... Mas neste caso vem a calhar). Estou melhor, obrigada :)

18.1.16

fim-de-semana

Sábado acordou bastante solarengo. Preguiçámos um pouco. Tomámos o pequeno-almoço com calma. Banhos. Casa arrumada. Saímos para a rua. Queríamos aproveitar o sol ao máximo, sem horários. Almoçámos umas saladas no Kayser e rumámos à Arrábida. Já andávamos com vontade de passear - sair um pouco de Lisboa, apanhar ar fresco - há algum tempo e a Arrábida nunca cansa :) A descida para o Portinho é das paisagens mais bonitas que conheço - em qualquer estação do ano. onde-acaba-o-verde-começa-o-azul. Haverá semelhante? No sábado, apesar do sol, estava frio, bastante frio. Estava quase agradável para passear mas na verdade eu não estava muito bem agasalhada (nunca estou). Andámos um pouco e sentámo-nos para um café. [Estou a escrever com uma enorme vontade de regressar ao fim-de-semana e de estar rodeada dos meus. Há dias em que custa mais estar sozinha..]. Mas voltando à Arrábida. Parámos para tomar café. Infelizmente não há oferta de qualidade: os cafés/restaurantes que existem são os mesmos há anos e não se têm reinventado - e acredito que a procura aumente ano após ano. Estão muito velhotes e os donos não são simpáticos. É uma pena pois a vista é incrível. E há bom peixe. Não se compreende.

[Entretanto recordei uns dias que passei no Portinho com os meus pais e a minha irmã. Eu não tinha mais do que quatro ou cinco anos, logo terá sido há cerca de 25 anos. Tenho uma memória muito vaga, provavelmente construída pelo que me contaram, mas tenho ideia de não ver muito movimento - não era tão procurado como nos dias de hoje e as mini-férias provavelmente terão sido em Maio/Junho. Tínhamos um barco a recreio nessa altura e foram dias bastante leves: saíamos da casinha que tínhamos arrendado - logo uma das primeiras quando se chega ao Portinho, do lado esquerdo - e um senhor velhote levava-nos num barco pequenino até ao nosso barco. Dávamos umas voltas e acabávamos a passar o dia numa das praias escondidas na serra onde só é mesmo possível aceder de barco. O dia devia acabar com peixe grelhado. Gostamos muito de peixe.]

Ainda demos um salto a Azeitão com o Cego em mente (a melhor pastelaria, por muito que apareçam opções mais modernas). Fechado para férias, toda uma decepção, fiquei a sonhar com as delícias de Azeitão (que prefiro face às famosas tortas). Fomos até Setúbal e acabámos por jantar com os pais do Manel. [Foi boa ideia termos começado o dia com saladas pois a partir da tarde perdemos um pouco o controlo :)] Acabámos a noite na sessão da meia-noite no Monumental, já em Lisboa, a ver A Rapariga Dinamarquesa (eu gostei, o Manel talvez menos). Foi um dia sem planos. Pegar no carro e ir. Costumo ser control-freak, gosto de saber onde vou, mas confesso que todo o dia me soube muito bem - e voltava já :) Domingo foi tão bom como sábado. Almoçámos em família em casa do meu Pai, em Cascais, e não demos pelo tempo passar no meio de tanta conversa. Chegámos a Lisboa às onze da noite e ainda li um pouco na cama. Adormecer ao domingo é sempre mais difícil.. Hoje acordei um pouco down. Nunca tenho monday blues - até costumo gostar de segundas-feiras - mas hoje estou cheia de vontade de voltar ao fim-de-semana e de me aninhar no abraço de alguém.

15.1.16

dos saldos

Passo meses sem comprar uma única peça de roupa - o Manel tem muito mais roupa e calçado do que eu, por exemplo. Sou esquisita selectiva, hesito bastante antes de comprar e não tenho muita paciência para lojas (mesmo fora da época de saldos). Vou espreitando os sites de uma ou outra marca e quando compro é quase sempre online. Conheço os meus números e acerto quase sempre.

Ontem recebi uma newsletter da Massimo Dutti a anunciar as promoções "agora a 70%" e fui espreitar o site. Tenho alguns cartões-oferta por utilizar (presentes deste Natal, do anterior e do meu aniversário - obrigada Pai!) e assim não afecto as minhas finanças pessoais. Online já não existem muitas opções em tamanhos pequenos mas comprei uma camisola bonita - com um preço incrível:



antes 49,95€ | agora 14,95€

Não encontrei mais nada, nos artigos em promoção, que me tentasse. Namorei uns sobretudos da colecção nova mas não são uma verdadeira necessidade (a camisola é!)... Felizmente os cartões-oferta têm um prazo bastante longo, creio que de três anos, que é perfeito para pessoas indecisas como eu. Vou continuar a explorar o site :)

Ainda quanto ao comprar online: quase todas as marcas com loja online têm a opção "recolha em loja" que é gratuita (a entrega em casa tem um custo e pode coincidir com horas em que não esteja). É muito prático: chegar à loja, apanhar uma das colaboradoras - não é necessário ir à caixa - dar o código da encomenda e já está! A devolução, se necessário, também é um processo simples.

14.1.16

joselita

Vamos ficar sem a nossa Joselita a partir de Fevereiro. A Joselita (juzelita e não rózélita, como se poderá cair na tentação de pensar) é a nossa fada do lar: é interna em casa do Zé Maria - um dos irmãos do Manel - e vai a nossa casa uma vez por semana, cerca de quatro horas. É brasileira, de Salvador da Bahia, e vive em Portugal há uns bons anos. Super enérgica, eficiente. Muito cómica também.

Somos só dois e não somos muito desarrumados - não fosse eu um pouco obsessiva-compulsiva com limpeza, arrumação e organização - mas ter a Joselita é um verdadeiro descanso. Mantemos a casa arrumada ao longo da semana e à quinta-feira a Joselita faz uma limpeza mais profunda (aspirar, mudar a cama, passar a ferro, casas de banho...). Chegar a casa no dia da Joselita é sempre uma consolação.

Não sentimos que deixemos de fazer seja o que for por termos a Joselita. É uma prioridade que nos oferece tempo para outras coisas. Vai fazer-nos falta e não queremos que vá embora (nem a própria Joselita quer ir embora mas há coisas que simplesmente não se controlam). Até ao final do mês vamos estar em busca de "substituição" (não me soa bem..) e não temos muita vontade.

13.1.16

o tio patinhas que há em mim

Quem me conhece sabe que é raro ver televisão. Passo o dia inteiro em casa sem a ligar e se o Manel chegar tarde mantém-se desligada pela noite dentro. Confesso que gosto de ver o 24 Kitchen - adoro o Prato do Dia da Filipa Gomes, que é tão natural e torna tudo tão simples. Abstraio-me do mundo a ver as receitas serem preparadas. Esvazio a cabeça, não penso em mais nada. É uma terapia. Mas tirando isso costumo associar a televisão a desperdício de tempo precioso (para ler, trabalhar mais ou fazer outras coisas). Sim, sei que estou a exagerar, há bons programas e séries mas... Na verdade nem queria falar sobre o 24 Kitchen. Queria falar do The Big Picture, o novo programa da RTP1 dentro do estilo Quem Quer ser Milionário mas com uma pequena nuance: uma aplicação para mobile associada ao programa e que permite "jogar" também a partir de casa, em simultâneo com o concorrente no programa, com a possibilidade de se ganharem prémios.

Vi pela primeira vez na semana passada, achei piada ao conceito e instalei a aplicação. Como funciona? Responde-se às perguntas que surgem na aplicação ao mesmo tempo que surgem no programa - com a diferença de que quem joga na aplicação tem apenas 15 segundos para responder, enquanto que o concorrente no programa tem mais tempo. De cada vez que o concorrente no programa seleccionar uma "ajuda" (pode seleccionar uma ajuda quando não souber uma resposta, num total de três ajudas ao longo do programa) quem se encontra a jogar na aplicação, em casa (e tiver respondido acertadamente à pergunta) pode ser seleccionado, aleatoriamente, como a ajuda do concorrente. O concorrente mantém-se em jogo mas perde 25% do prémio total - e quem joga em casa, a partir da aplicação, ganha 25% do prémio total amealhado pelo concorrente. Pode ser interessante: o prémio limite é de 50.000€ (25% serão 12.500€).

Ainda só joguei duas vezes e de ambas as vezes os concorrentes não foram muito longe (com prémios de 2.000€/3.000€ no total) e nenhuma das minhas ajudas foi seleccionada. Curiosamente já foram seleccionadas ajudas de duas pessoas que conheço: num dos jogos foi seleccionada a ajuda do irmão de uma amiga e noutro da ex-namorada de um amigo (de cada vez que uma ajuda é seleccionada é partilhada, no programa, a fotografia e nome da pessoa que está a jogar na aplicação). Apesar de ter ficado histérica com as caras conhecidas e de ter achado graça ao jogo (nunca teria coragem de participar num programa destes, em estúdio) não sei durante quanto tempo terei paciência. Sei que o Tio Patinhas que vive dentro de mim irá rapidamente perder a motivação se nenhuma das minhas ajudas for seleccionada em breve - mas tenho o feeling de que irá acontecer...

11.1.16

receitas saudáveis do Jamie

A Inês e o Pedro (a minha irmã e o meu cunhado) ofereceram o mais recente livro de Jamie Oliver ao Manel neste Natal: Receitas Saudáveis. Temos andado a namorar o livro - idealizado, escrito e fotografado na íntegra pelo Jamie. As receitas parecem-me todas uma tentação - tenho de anotar ingredientes, com objectivos concretos em mente, a trazer do Brio - e além das páginas e páginas de receitas o Jamie dedica um capítulo ao que aprendeu sobre saúde, nutrição e bem-estar enquanto preparava o livro (e viajava pelo mundo). O que partilha, sob o mote viva bem - mais saudável e mais feliz, vai ao encontro do que tenho lido em sites e livros sobre estilo de vida saudável e equilibrado - mas é útil tê-lo também em formato papel, sempre à mão.

Da leitura que fiz na diagonal parece-me que cá em casa vamos ao encontro de grande parte das sugestões: muitos legumes e fruta, peixe e carnes brancas, frutos secos, farinhas e cereais integrais e sempre que possível - quase sempre mesmo - produtos de origem biológica. Ao pequeno-almoço, almoço, jantar e lanches. É uma questão de hábito - não sentimos estar a fazer alguma dieta em particular, é a nossa alimentação normal e sabe-nos bem. Às vezes, mais ao fim-de-semana, perdemo-nos por algo mais doce ou somos tentados por aquela-fatia-de-bolo-da-avó-Céu-que-não-podemos-recusar. Faz parte, acho :) o lado positivo é que temos bons hábitos: não bebemos refrigerantes, álcool apenas em noites sociais e açúcar.. Bom, sim, por vezes ao fim-de-semana.

Tenho noção que no campo das sobremesas ainda tenho muito por onde aprender (o Manel não se aventura tanto por aqui): só sei fazer tartes e bolos que envolvam ovos, açúcar e farinha (branca), preciso de explorar o mundo das sobremesas saudáveis para os dias de festa. Acho que também nos perdemos um pouco no que toca à variedade dos legumes e frutas: tendemos a comprar aqueles de que gostamos e não nos aventuramos muito por outros sabores - e a diversidade faz falta, cada legume e fruta com os seus nutrientes. Não me recordo de alguma vez ter comprado nabiças e este Outono foi o primeiro em que comprámos romãs. Note to self: arriscar em legumes nunca antes comprados (além das nabiças: acelgas, também nunca comprámos!).

O livro também clarifica as porções que devemos consumir de cada "grupo" de alimentos e desconstrói porções em gramas e unidades - muito útil nomeadamente no caso dos frutos secos. Os frutos secos são o ideal para aqueles apetites a meio da manhã ou da tarde - com muitos benefícios nutricionais, nomeadamente para quem pratica exercício físico. Adoro frutos secos desde pequena e sempre tive a sensação de que provavelmente exagerava um pouco nas quantidades. Abria um saco e ia tirando, sem grande controlo. São crocantes, viciantes e em demasia.. Nada é bom em demasia e os frutos secos são especialmente calóricos. Ora então o Jamie diz que podemos lanchar um dos seguintes itens (seguem-se os meus preferidos):
  • 10 cajus sem sal
  • 16g de sementes de girassol
  • 15g de avelãs sem sal
  • 15 amêndoas com pele e sem sal
  • 16g de sementes de abóbora
  • 4 metades de noz sem casca e sem sal
Sim, quatro metades de noz são apenas duas nozes. Não vou falar sobre a quantidade de nozes que era capaz de comer de cada vez - ou de cajus, ainda pior, e amendoins. Na adolescência alimentava-me de amendoins (que curiosamente não entram na lista do Jamie, vou tentar perceber porquê). É informação muito útil cá para casa - considerando que também coloco frutos secos na granola que faço. Cada uma das quantidades acima corresponde aproximadamente a 100 calorias e o ideal será variar entre as opções. Também neste campo precisamos de variar nos ingredientes: nunca provei castanhas do maranhão ou nozes de macadâmia (entre outros que aparecem na lista do Jamie) e acho que o Manel também não.

Obrigada Jamie!

6.1.16

eu e a medicina tradicional chinesa - continuação!

Impõe-se uma actualização quanto aos efeitos da medicina tradicional chinesa no meu TPM. Abordei o assunto aqui e prometi novo feedback com o terminar do "tratamento". Passaram precisamente dois meses desde a última publicação: fiz mais três sessões (uma por semana) de acupuntura e massagem tuína e continuei a fitoterapia (medicina herbal) até ao fim da embalagem. Creio que notei alguma mudança com a introdução da fitoterapia - e de facto o Salvador (do Centro SUN) já me tinha dito que por vezes é o método que apresenta melhores resultados. Desde então já passei por duas supostas fases de TPM e estive bastante mais calma. Não totalmente - mas muito mais. 

Lembro-me de ter refilado (educadamente!) com uma senhora que ouvia música na biblioteca - uma biblioteca que felizmente nunca frequento. A senhora, nos seus sessentas, estava a jogar computador e a ouvir música com fones - bastante alto! Eu estava sentada noutra mesa - a trabalhar, enquanto fazia tempo para uma formação - e conseguia ouvir rock dos anos 80 (nada contra - mas era muito barulhento). Simpaticamente pedi que baixasse o som, "porque se ouvia bastante mesmo com os fones". Acho que ficou chateada e eu um pouco incomodada com isso - mas afinal eu estava a trabalhar e a senhora a jogar.. Só mais tarde associei o momento de falta de paciência ao TPM.

Noutro dia tive um ligeiro amuo com o Manel: creio que era sábado ou domingo e saímos de casa para ir almoçar ao Kayser num instante. Já era tarde e o Manel estava com bastante apetite (é o que dá não tomar um pequeno-almoço decente..). Já no elevador fez o seguinte comentário: "Tens aqui uma mancha... (a apontar para uma das minhas bochechas)". Olhei para o espelho, percebi que era base mal espalhada e voltei a casa para corrigir - na verdade acho que nunca tive muito jeito para me maquilhar. Fiquei amuada com o comentário (parva, eu sei) e deixei-o à espera, sabendo que estava faminto. Curiosamente desde aí tenho deixado a pele ao natural.. E confesso que sabe bem.

Estes momentos de suposto TPM comparados a TPM anteriores - de ficar insuportável refilona durante um a dois dias - não são nada. Não são mesmo nada. Tenho-me sentido mais tranquila nesse aspecto (tenho andado ansiosa, mas consigo distinguir que por outras razões). Balanço positivo, portanto - vamos ver se se mantém. A verdade é que tudo o que é do foro emocional/psicológico é tão ou mais difícil de controlar do que do foro físico. Já o disse aqui: não me reconheço (ou reconhecia) em atitudes decorrentes do TPM - sentia que eram mais fortes que eu. Não é fácil.. Mas em conclusão: fiquei bem impressionada com a medicina tradicional chinesa - voltarei a recorrer mesmo para outro tipo de situações.

4.1.16

viver com um daltónico

Conversa recente entre mim e o Manel no messenger do Facebook depois de eu ter alterado a cor da conversa (sim, o Facebook agora permite que alteremos a cor das conversas no chat - é piroso):

Manel: Não gosto muito da conversa em cor-de-rosa...
Filipa: Cor-de-rosa?
Manel: Cinzento?
Filipa: É verde-água...
Manel: ...

A verdade é que quase nunca me lembro que o Manel é daltónico. Herança genética: tem um tio daltónico, é provável que tenhamos filhos com o mesmo problema. Felizmente lida bem com o assunto - cresceu assim, não conhece o mundo de outra forma, está habituado - que já deu direito a conversas cómicas. Lembro-me de um dia estarmos parados nuns semáforos e de eu ter uma epifania - "Oh meu deus mas como é que distingues as cores do semáforo? E como é que nunca me lembrei disto antes?" Terá sido no primeiro ano de namoro - mas depois de muitas viagens de carro juntos. Também me lembro desta, algum tempo depois:

Manel: Comprei uns calções de banho.
Filipa: Ah boa, como são?
Manel: Cinzentos com riscas encarnadas.
Filipa: Soa giro, deixa-me ver :)
(...)
Filipa: Hum, Manu, as riscas são verdes...
Manel: Ah... Pois. Não faz mal :)

casinha de gengibre

Vi no We Blog You (como é que ainda não falei na equipa We Blog You por aqui?) uma amorosa casinha de gengibre - e cheguei à conclusão que se vendiam no IKEA. Falei na casinha de gengibre durante todo o mês de Dezembro e na véspera da véspera de Natal o Manel apareceu com uma embalagem cá em casa. No meio das últimas maratonas de lojas que fez, para comprar os presentes em falta, deu um salto ao IKEA e comprou-me a casinha de gengibre (e uma pizza para o jantar). Abracei-o, dei saltinhos e bati palmas (acho que ajudou a que finalmente sentisse o Natal). Pensei que podia ser um bom entretenimento para a noite de 24 - já a adivinhar que a minha mãe e a minha irmã iriam adorar montar a casinha comigo (ou montar entre as duas comigo por perto pois nunca tive muito jeito para trabalhos manuais).

Só quando abri a embalagem é que percebi que era necessário criar o "cimento" da casa. Felizmente tinha os ingredientes necessários em casa - uma clara de ovo, açúcar de confeiteiro e sumo de limão. Preparámos, deixámos repousar e começámos a construir a casinha. Não foi fácil, as paredes caíram várias vezes e tentámos remediar a questão com linhas de coser - a passar entre as janelas e à volta do telhado para a casa se manter. Entretanto jantámos, veio a meia noite, os presentes, e deixámos a decoração da casa para o dia seguinte (decoração = chantilly e smarties). Não sei se foi calor, só sei que no dia seguinte a casinha já estava com um ar bastante rústico (leia-se: torto). Fui adiando a decoração e a casinha desmoronou na madrugada de dia 1. Foi o fim - e não tenho fotografias da obra. Em compensação podem ver a casinha We Blog You aqui.

Efeitos colaterais: sobraram demasiadas caixinhas com smarties. Já comi todos.

best nine

Vi em alguns Instagrams a compilação das nove fotografias com mais likes, das respectivas contas, em 2015. Não resisti a fazer o mesmo, aqui está:





 ... 1. Eu e o Manel no topo do Rockefeller Center, em Nova Iorque. Estamos giros e apaixonados. 2. A minha granola caseira. É mesmo deliciosa. Vou voltar a fazer, fotografar e partilhar a receita por aqui. 3. A nossa casinha: a sala de estar vista da sala de jantar numa quinta-feira - dia em que a Joselita vem cá a casa. 4. Vista da Casa da Guia, em Cascais, no dia em que fomos conhecer a casa nova do meu Pai (entretanto já mudou, continua em Cascais e numa casa mais gira). 5. Vista da piscina na quinta dos pais do Manel onde passámos tantos fins-de-semana de 2015 (na verdade sempre que podemos fugimos para a quinta). 6. Eu, num dos últimos dias de férias de Verão em Porto Covo. 7. Odeceixe, das férias de Verão (estávamos "sediados" em Porto Covo mas demos alguns passeios pela Costa Alentejana). 8. Creio que partilhei esta imagem quando estávamos no aeroporto quase a embarcar para NY - roubei a fotografia do Pinterest e confesso que faltam os créditos. 9. Um autocolante num presente de Natal da minha irmã para mim - na verdade recebi dois presentes da Feliz é quem diz: um avental que diz "Feliz é quem cozinha com amor" e um calendário amoroso para 2016. Vou fotografar e partilhar por aqui. Faltam momentos, faltam pessoas - mas está um mosaico bonito.

os últimos dias do ano

Não escrevo há 15 dias. Confesso que sinto alguma falta. Gosto da sensação de ir contando os meus dias - e gosto de saber que alguém "os lê". É um diário, um desabafo, uma forma de registar memórias. Há uns dias ouvi (num TED de que tenho de falar aqui) que temos tendência a desvirtuar as memórias com o passar do tempo - provavelmente ajustamos ao que gostaríamos que se tivesse passado, suavizamos momentos mais negativos ou intensificamos outros? Acredito que aconteça com frequência. O blog pode ser uma forma de manter as memórias reais - e gosto dessa ideia. Mas adiante! Muito se tem passado - não fosse esta a altura mais "preenchida" do ano para toda a gente.

Natal. Passámos o 24 cá em casa e o 25 entre Cascais e Lisboa. Felizmente temos a família perto, toda entre Setúbal-Cascais-Lisboa, logo não temos de fazer muitos quilómetros para estar com todos. O meu Natal de infância era quase sempre na mesma casa (a casa de Azeitão) onde ia toda a família e era raro termos de nos deslocar em ambos os dias. Lembro-me de ter a sensação de o Natal durar imenso tempo. Hoje dividimo-nos um pouco para chegarmos a todas as casas e dois lados da família - mas não nos podemos queixar, estão todos perto. Como dizia: a véspera foi cá em casa - gosto muito do Natal e tenho o maior prazer em que seja cá em casa. Temos uma casa que se presta a "jantares" com uma sala de jantar e sala de estar contíguas; a nossa Joselita (tenho de falar na Joselita) veio dois dias antes e a casa ficou impecável; e dividimos os preparativos e iguarias entre todos - e assim ninguém ficou muito cansado. Confesso que não gosto de "coisas a mais" (afinal éramos só sete) nem da ideia de passar o dia inteiro na cozinha. Gosto que estejamos todos pela sala, a conversar, a jogar, a petiscar - com idas pontuais à cozinha para controlar o peru no forno. Simplificamos e gosto disso. Afinal de contas não é tarde/noite para stressar, é para estar. Simplesmente estar e desfrutar da companhia. É verdade que ainda não temos um Natal com crianças mas creio que vamos conseguir manter o "simples e calmo" quando tivermos :) Foi o nosso terceiro Natal juntos, meu e do Manel.

Passagem de Ano. Também foi cá em casa, com amigos. Nem eu nem o Manel ligamos muito à data - nem os amigos que cá vieram - mas não deixa de ser uma noite diferente. A lógica foi a mesma do Natal: cada casal preparou qualquer coisa o que permitiu conversa pela noite dentro, sem grande stress na cozinha. Prático e descontraído. Quanto à "passagem" em si: confesso que sempre fui pessoa de resoluções - "este ano vou aprender mais uma língua", "este ano vou fazer mais exercício físico", "este ano vou (...)" - mas creio que já em 2014 não fiz. [Fui agora ver o post que publiquei no Facebook no final de 2014 e não fiz mesmo: "Depois de um dia um pouco atribulado (note to self: não experimentar um cabeleireiro novo em dias de festa) e com um humor assim-assim (tenho esperança no champanhe) recordo-me que 2014 fica marcado pela minha primeira bola de berlim na praia (true story).. E pelo regresso apaixonado a Lisboa, depois de Bruxelas, e por muitas viagens e dias bons! Apesar de estar certa de que não trocava nada (do que é realmente relevante).. Gosto de recomeços. Ano novo: saúde para todos, o resto fazemos nós. "destaveznaofacoresolucoes #quevenha2015 #bomano"]. Pois bem, em 2015 também não fiz resoluções. Pensei num post para partilhar, mas com os amigos a chegar cá a casa e a conversa que surgiu pelo meio acabei por não publicar. Ainda publiquei uma fotografia - pequeno desenho criado por mim com uns carimbos amorosos que comprei em Nova Iorque:


























Nas não cheguei a escrever nada. Tinha na cabeça um post bem-disposto como o do ano passado (apesar de não andar com a disposição nos píncaros - curiosamente também não estava ultra bem-disposta no final de 2014). Tinha na cabeça algo como: "2015 foi o ano em que passei a gostar de castanhas assadas e de filhozes - ou o ano em que comprei os primeiros cremes anti-rugas (gostava de dizer que apenas de prevenção mas acho que já vi uma ou outra malvada). Também foi o ano em que deixei o trabalho estável, em que já não me revia, por um dia-a-dia mais incerto. Apesar de não me arrepender - tomaria a mesma decisão hoje - ainda não me habituei totalmente a trabalhar a partir de casa/por conta própria mas sou uma pessoa que não lida bem com a mudança." E não pensei em forma para terminar mas sei que voltaria a desejar saúde a todos - algo que por muito que façamos (exercício físico, alimentação saudável...) não controlamos totalmente. Há muito mais que não controlamos... Mas que podemos sempre tentar mudar ou alcançar e é novamente com esse espírito que entro no novo ano. 2016 é capaz de ser o ano sobre o qual menos sei (antes do ano começar). Tenho amor, todo o amor que podia desejar, e a minha família próxima - mas tudo o resto, e principalmente a vida profissional, é uma incógnita. Estou curiosa.

Ainda sobre os últimos tempos: entre o Natal e a Passagem de Ano tive uma prova de conhecimentos que exigiu alguma dedicação (pesquisa e estudo) nas semanas anteriores. Esperava que corresse melhor: achava que estava preparada e tive um pequeno baque quando vi as perguntas do exame. Respondi o mais e melhor que pude e ainda não sei os resultados - mas não estou muito optimista. Na verdade não andei muito optimista nos últimos dias do ano - já por aqui tinha partilhado que não sentia o espírito natalício - e tenho andado um pouco ansiosa com a volatilidade do trabalho por conta própria. Posso sempre concluir que não é o melhor para mim, que não se encaixa no meu feitio, que prefiro algo fixo ou integrado numa equipa/entidade. Mas ao mesmo tempo acho que ainda não lhe dediquei (à experiência em si) tempo suficiente. Lá está: estou a lidar com o desconhecido para os próximos tempos. Tenho de aguardar os resultados do exame - mas ao mesmo tempo estou a preparar-me para a possibilidade de não ter um resultado positivo. Há que ter sempre um plano B, que não é melhor nem pior, é algo que nos salvaguarda se o plano inicial não correr como esperamos. Vou apostar no plano B nos próximos tempos - que na verdade já existe há algum tempo mas não lhe tenho dado a atenção devida. É altura de o fazer. Afinal "the best way to predict the future is to create it" - Peter Drucker. Podemos controlar quase tudo. Podemos mudar quase tudo.

Feliz 2016 às quatro pessoas queridas que sei que me lêem: Manel, Mãe, Inês e Laura. Sei que alguém já espreitou o blog em Varsóvia e na Amadora (?) o que me deixa curiosa! Vou averiguar :)