16.11.16

querida olívia

Não correu nada como tínhamos planeado. Queríamos ir buscar-te juntos, numa tarde solarenga de sábado em estilo passeio, para "te escolhermos" de entre os teus irmãos. Queríamos preparar a tua chegada, comprar tudo o que seria necessário. Mas trocaram-nos as voltas. Ligaram quarta-feira: já estavas disponível — e os teus irmãos todos destinados. Tínhamos de aparecer até sexta-feira ou ficávamos sem opção de escolha. Sexta? Impossível, não consigo. Trabalhava o dia todo e tinha um jantar com amigos cá em casa, como ir até Coruche?

O Manel perguntou-me se confiava na sua escolha e surpreendi ambos com um sim, claro, tens muito mais experiência com cães do que eu. A verdade é que estava com uma semana bastante preenchida. Relativizei e confesso que não pensei muito no assunto — até receber uma fotografia tua, doce e assustada, dentro de uma caixa de cartão já no carro. Não sei explicar muito bem o que aconteceu mas dizer que me apetecia cancelar o jantar dessa noite (cá em casa, relembro) para te ir receber é capaz de ser ilustrativo (queridos amigos do jantar, não levem a mal).

Esperei ansiosamente até sábado à noite para te conhecer, pequena Olívia. Já estavas menos assustada mas ainda não estavas totalmente à vontade. Deixavas que te fizéssemos festas mas ainda não vinhas ter connosco quando te chamávamos — e ficavas com um ar aterrorizado quando te pegávamos ao colo. Foste o nosso bebé três noites. Ficaste no nosso quarto e não te davas por satisfeita com a manta quentinha no chão, a nossa cama era muito mais confortável. Acordei quase de hora a hora contigo a puxar-me o pijama — acorda, dá-me atenção — mas não me importei. Tu, sim, estavas sempre quentinha.

Tens um pêlo muito sedoso, olhos azeitona e almofadinhas das patas ainda cor-de-rosa. É quarta-feira e já estás mais do que integrada na casa da quinta. Conheces-nos bem. Corres feliz atrás dos meus pés, como se os mesmos te desafiassem, e fazes uma festa quando nos vês. Adoras os atacadores dos nossos sapatos e a água da chuva nos vasos do jardim. Começas a dar cabo dos sofás da Lolo, vamos ter de controlar essa parte, e ainda fazes algumas asneiras em casa — mas não faz mal, és pequenina :) Quem já te conheceu não ficou indiferente. És adorada por todos.

Espero que sejamos capazes de te dar o que nos dás.

Olívia

1.8.16

atalho

Sempre que combino um jantar com a minha amiga Jacinta acabamos, invariavelmente, no Mercado de Campo de Ourique — onde por sua vez optamos sempre pelo Atalho do Mercado. Jantámos juntas há duas semanas atrás e não fugimos à regra. Tendo a ser muito pouco original quando vou a restaurantes que já conheço, optando quase sempre pelos pratos que já experimentei e que sei que vou gostar (boring, eu sei, mas sou feliz assim — tenho a certeza de que acabo satisfeita). Passa-se o mesmo com o Atalho: só conheço o pica-pau e o bife do lombo, ambos no prato (existe a opção no pão para o bife do lombo) e não sei se preciso de conhecer mais, já sou bastante feliz assim :)

Para apreciadores de (boa) carne: vale muito a pena. A carne de vaca é mesmo muito boa (tenra e suculenta), as batatas wedges a acompanhar fazem a diferença e a salada distingue-se pelo tempero e cebola roxa (excelente para quem aprecia) — mas o destaque vai mesmo para a carne, insisto. Quanto ao pica-pau, que experimentei antes, é igualmente bom (rendo-me facilmente quando entra bolo do caco na equação) mas não tão marcante como o bife do lombo. Bons molhos a acompanhar em ambos os pratos. O serviço é neutro (nem simpáticos nem antipáticos) e não é o mais rápido, em contexto de mercado, mas é compreensível (a carne precisa do seu tempo) e vale a pena a espera.

Recomendo. Fico sempre com vontade de voltar.

Atalho do Mercado Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato

28.7.16

férias forçadas

Fotografia de Thomas Lefebvre | Unsplash

Viemos passar o último fim-de-semana à quinta. Eu tinha planos por Setúbal e o Manel ficava mais perto do seu destino no Alentejo. Chegámos tarde e fomos direitos à Casa do Mar, um dos nossos restaurantes preferidos, ansiosos que estávamos de algum tempo de qualidade a dois (não é um espaço romântico, até é um pouco barulhento, mas o robalo de mar e o caril de camarão compensam). 

A verdade é que até ao fim-de-semana passado andámos com horários bastante trocados — cada um com o seu trabalho — e vidas quase paralelas com diversos "não esperes por mim para jantar" ou "parece que trabalho no fim-de-semana". Um jantar a dois, de preferência não preparado por nós, era tudo o que nos apetecia para relaxar um pouco.

E correu tudo bem. Sábado, cada um para seu lado: Manel na cortiça e eu com os meus. Domingo idem: Manel na cortiça e eu com os meus (fim-de-semana de mimo em casa da Avó Céu). Tudo apontava para que domingo à noite regressássemos a Lisboa, como sempre — e quase sempre com uma ligeira depressão. Mas não aconteceu. Estamos na quinta desde então, faz amanhã uma semana.

O Manel não se sentiu bem no domingo à tarde, ainda no calor de Coruche. Teve uma viagem complicada (complicada é eufemismo) até à quinta e um final de tarde dantesco. Poupo-vos aos detalhes e vou directa ao assunto: uma crise de pedras nos rins, cujas dores dizem ser semelhantes às de parto. Foi uma estreia mas não foi totalmente surpreendente pois corre na família — e não deixou de ser crítico.

Sim, a fotografia que ilustra este post é todo um contraste

E como disse estamos por cá há quase uma semana — e tirando domingo e segunda-feira, em que teve dores complicadas, os restantes dias têm sido mais calmos. Idas a Lisboa apenas para ir ao médico mas vida centrada por cá. Eu, que só tinha cuecas suficientes para o fim-de-semana e mais um dia — levo sempre uma cueca a mais —, tinha trazido o mac comigo e tenho usufruido do facto de trabalhar remotamente.

O Manel está de férias forçadas. Pode fazer viagens de carro mas nada que implique saltos e movimento, logo está bastante limitado a nível profissional. Eu não estou de férias mas é como se estivesse. Tenho trabalhado normalmente mas a quinta, o campo, Setúbal ou talvez o simples facto de não estar em casa levam a que sinta que estou de férias.

Trabalho as mesmas horas e faço a mesma rotina (vou ao supermercado, cozinho, arrumo, leio, apenas não vou ao ginásio) mas os dias são mais longos. Garanto que são (ou são apenas na minha cabeça). A verdade é que por vezes sinto que Lisboa me (nos) consome. Não tenho dúvida de que me (nos) cansa e que a vida no campo é algo que nos atrai, aos dois. Hoje, com a vida que temos, seria possível — mas e amanhã?

Conclusão: as nossas férias só serão em Setembro mas esta semana, apesar das circunstâncias, foi uma aproximação. E o Manel... Está em stand-by. Sente-se bem, com um ligeiro incómodo que aumenta de cada vez que abusa um bocadinho, mas sempre na expectativa de que as dores possam voltar. Creio que no próximo domingo, ou mesmo antes, voltamos para casa mas... Não me (nos) apetece muito.

25.7.16

dois.três.três

Há três semanas almocei com a minha amiga Margarida (há três semanas, é este o delay deste blog) no Dois.Três.Três. Já lá tinha ido lanchar sozinha e outra vez com o Manel, lanchar também. O espaço é muito giro, fazia falta algo assim nas redondezas — se não fugirmos para Campo de Ourique não há nenhuma oferta cozy na área Rato-Amoreiras (e na realidade em Campo de Ourique também não há muita oferta dentro do mesmo estilo).

Rendi-me aos lanches — bolo de chocolate (com alfarroba e cacau na base) e tarte de amêndoa (acho que era tarte de amêndoa, não me lembro ao certo, muito boa) — mas não fiquei tão satisfeita com o almoço. Optei por umas pataniscas de legumes com arroz e salada e confesso que achei um pouco "sem graça". Creio, no entanto, que se tratou apenas de um dia/escolha infeliz pois já vi ementas e fotografias na página de Facebook com óptimo ar.

Valeu pela conversa e reencontro com uma amiga querida — e a decoração enche, de facto, a vista. Acho os preços um pouco desadequados para a oferta/zona — não estamos propriamente no Chiado — e o atendimento não é o forte do espaço, essencialmente ao nível da (ausência de) simpatia natural, não tanto pelo tempo de espera. No entanto, fico com vontade de voltar para, uma vez mais, lanchar e fazer uma pausa no mini-pátio nas traseiras.

Dois.Três.Três Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato

10.7.16

invisalign - continuação

Retomo o tema invisalign, que comecei aqui. Antes de avançar com o tratamento fiz algumas pesquisas na internet e não encontrei muitas experiências pessoais relativas ao mesmo em português — e aquelas que encontrei não partilhavam muitos detalhes, especialmente dos primeiros tempos. Espero contribuir um pouco com um testemunho real já que é um tratamento que exige alguma ponderação, pelo investimento financeiro e pela disponibilidade necessária.

O invisalign é um aparelho dentário móvel. Aliás, são vários aparelhos móveis, muitos até. São aligners transparentes que se trocam de 15 em 15 dias até o tratamento estar concluído. Tal como o nome indica, o invisalign pretende alinhar os dentes da forma mais invisível possível. O nome não foge totalmente à verdade, é de facto mais discreto que um aparelho fixo metálico, mas num contacto íntimo ou próximo nota-se ligeiramente.

No entanto, é um notar com o qual se vive bem. É, acima de tudo, um aparelho removível. Deve ser retirado para as refeições — para o tratamento correr perfeitamente, apenas para as refeições — mas pode ser retirado em qualquer outra situação. Um jantar de amigos. Uma entrevista de emprego. Uma festa. Um casamento. Tira-se por umas horas e coloca-se mais tarde — e foi isso que me convenceu: poder retirá-lo num dado momento em que quisesse sentir-me totalmente bem e confiante.

Como funciona?

Não vou entrar em detalhes técnicos, há muita informação aqui, em português. Explico apenas que com as radiografias e os moldes (tal como para um aparelho fixo) é criado um plano de tratamento (que fica disponível em 3D, o que permite ver como irão ficar os dentes no final do tratamento). O processo do paciente segue para os EUA, onde os aligners são produzidos (os aparelhos removíveis que se vão trocando de duas em duas semanas) e de seguida enviados para Portugal.

Contei aqui a primeira parte: selecção da clínica, radiografias e moldes. Entretanto o processo seguiu para os EUA e passadas umas semanas recebi um telefonema a dizer que os aligners tinham chegado.

O primeiro dia

Tive consulta num final de tarde de quarta-feira. A consulta foi longa, duas horas, pois ainda eram necessários alguns preparativos, como a colocação de alguns attachments. Já sabia que teria de colocá-los e estava com algum receio de que se notassem pois parecem piercings dentários, não de todo o meu estilo. Mas na realidade não se notam quase nada. Ao contrário dos piercings, que costumam ser brilhantes, são do tom do dente e passam despercebidos. [Pequeno detalhe: nem todos os casos exigem a colocação de attachments.]

Duas horas depois estava tudo pronto (os attachments têm de ser colocados e secados, um a um, todo um processo) e... Entrei em pânico. Experimentei o primeiro aligner e não consegui tirá-lo sozinha. O meu dentista tirava-o facilmente com um dos seus instrumentos mas eu, que deveria fazê-lo com os dedos, só dizia não consigo, não consigo. [Para quem estiver a pensar utilizar: calma, é só a primeira vez, os aligners estão adequados aos nossos dentes e entram e saem facilmente.]

Acabei por conseguir tirar e voltar a colocar sozinha. Saí do consultório com os primeiros aligners nos dentes e parecia-me que ocupavam muito espaço. Sentia a boca, as gengivas e o interior das bochechas um pouco (bastante?) magoadas. Sentia-me inchada. O Manel foi buscar-me e entrei no carro com as mãos à frente da boca. Não vejas, não vejas, nota-se imenso (consigo ser bastante infantil nestas situações). Mas na verdade custava-me falar e estava um pouco de pé atrás com toda a situação.

A primeira semana

A primeira noite e os primeiros dois, três, talvez quatro dias foram... Chatos. O meu pensamento constante era mas o que é que fui fazer ou isto nota-se imenso ou ainda será que vai ser sempre assim? Sou avessa à mudança e demoro a adaptar-me a coisas novas. Sou assim com quase tudo na vida e não foi diferente com o invisalign. No entanto, olhando para trás agora até acho que me habituei depressa. Quatro dias, num tratamento de dois anos e picos, não é nada.

A boca continuava magoada e custava-me falar. Tirava os aligners para falar ao telemóvel com alguém e sentia-os o tempo todo. O facto de trabalhar em casa e de não ter de falar com muitas pessoas foi uma bênção nos primeiros tempos. Mas mesmo assim sentia os aligners constantemente. Salivava bastante (babava-me quase), estava completamente sopinha de massa e os pensamentos negativos mantinham-se: como é que fui gastar tanto nisto? Era um constante "levar as mãos à cabeça".

Ao terceiro dia resolvi retomar as pesquisas, desta feita em inglês. Tal como disse, não há muitos testemunhos em português e aqueles que encontrei não me pareceram muito isentos (provavelmente associados a publicidade). Nas pesquisas deparei-me com uma plataforma onde são partilhadas experiências pessoais com os mais variados tipos de tratamentos, essencialmente estéticos, nomeadamente o invisalign. Veio salvar toda a situação.

Li alguns dos testemunhos e fixei-me especialmente num que dizia "just stick to it [invisalign] the first two weeks and you will survive" (aguentem as primeiras duas semanas [com o invisalign] e irá correr tudo bem). Li o testemunho até ao fim e revi-me em cada detalhe. Foi tranquilizador concluir que tudo o que estava a sentir era natural — toda a saliva em excesso, a dificuldade a falar, a sensação de boca demasiado ocupada. Relaxei e pensei isto vai melhorar.

As semanas seguintes

Estou a fazer o tratamento há quase dois meses e meio, já vou no quinto conjunto de aligners (relembro, são alterados de duas em duas semanas). Na primeira consulta trouxe logo seis conjuntos (para três meses) e no início de Agosto tenho nova consulta (para ver a evolução e trazer novos aligners). Como é que está a ser? Houve algo que li no tal testemunho que se aplica totalmente: já é estranho estar sem os aligners — o que resume o à-vontade com que estou. Coloco-os logo após cada refeição (depois de lavar os dentes, claro).

Já é tudo muito metódico: retirar, tomar o pequeno-almoço, lavar os dentes e voltar a colocar. Sempre assim para cada refeição. E na realidade, no dia-a-dia, quase que nem me lembro que estou a utilizar. Falo normalmente (por vezes ainda me sai um "s" mais prolongado mas nada como no início), utilizo-os o máximo de tempo (idealmente 22 horas por dia, sobrando duas horas para as refeições) e não dou por eles. Quando acordo nem me lembro que os tenho até ter de os tirar para o pequeno-almoço.

Há quem tenha notado logo num primeiro contacto — Ah, estás a usar um aparelho! — há quem não tenha reparado sequer — Pai, já estou a usar o tal aparelho de que lhe falei (pausa para olhar atentamente para mim) Querida, não se nota nada! — A verdade é que cumpro as 22 horas diárias sem dificuldade, estou sempre com o aparelho, é raro passar mais tempo sem o mesmo. Tirando o pânico e ansiedade inicial, que me caracterizam, está a correr a 100% e não estou nada arrependida.

26.6.16

invisalign

Uma das novidades dos últimos tempos: voltei a utilizar um aparelho nos dentes, desta vez o Invisalign. A sério? Mas não precisas! - Dizem as pessoas queridas que me rodeiam. Sim, é verdade, não creio ter uma situação muito notória ou "chocante" mas a verdade é que não tenho os dentes tão direitos como quero (ou como já tive - talvez a razão principal até seja essa, saber que já os tive perfeitamente direitos) e se é algo que se pode corrigir... Why not?

Usei aparelho fixo na adolescência. Correu bastante bem. O tratamento demorou algum tempo (ao redor de três anos, creio) mas lidei bem e entrei nas brincadeiras dos colegas (era a caminhos-de-ferro da turma). Não fiquei com qualquer trauma até porque estava a tornar-se comum na altura (há 15 anos atrás). No entanto, por diversas razões (não utilização de aparelho de contenção, nascimento dos sisos, etc.) o efeito do tratamento perdeu-se um pouco e alguns dentes voltaram a encavalitar.

Já há algum tempo que andava com vontade de corrigir a situação mas com muito pouca vontade de utilizar fixo novamente. Por razões estéticas, acima de tudo. Não me imaginava com um aparelho fixo mais dois anos e comecei a procurar outras soluções. Deparei-me rapidamente com o Invisalign e fui a dois consultórios em Lisboa para perceber se o meu caso era elegível e pedir orçamentos. Um pouco mais caro que o aparelho fixo - mas não chocantemente mais - e sim, o meu caso era elegível.

Andei um pouco hesitante, mas no início deste ano decidi que era um assunto que queria ver despachado e voltei a uma das clínicas onde tinha ido - aquela onde senti que dedicaram mais tempo a explicar-me como funcionava este método e a analisar o meu caso (não a mais barata mas falarei sobre isso mais tarde). Decidi avançar. Fiz as radiografias e moldes necessários e o processo seguiu para os EUA, onde os aparelhos são preparados. Comecei a utilizar em abril.

to be continued

o regresso

Quase três meses sem aqui vir. Quase todos os dias me lembro do blog, e do bem que me sabe escrever e ir contando os meus dias. No entanto, creio que quanto mais tempo passa mais difícil se torna o regresso - acontece-me o mesmo com o ginásio, quanto mais vou mais sinto vontade de ir mas quando estou uma semana sem ir o regresso torna-se mais difícil. É (tem sido) o mesmo com o blog. E com a leitura, por exemplo.

Precisava de me orientar na frente profissional. Assumi um novo desafio que me ocupou bastante os primeiros tempos, nomeadamente algumas noites e fins-de-semana, até ganhar um certo à-vontade. Felizmente, já entrou tudo nos eixos e espero retomar alguns dos hobbies que me preenchem, como o blog. Há sempre tanto para contar (e tenho tantas publicações nos Rascunhos, nomeadamente da ida a Nova Iorque, por publicar).

Estou de volta :)

4.4.16

ausência

Still alive, still here, sem tempo para muito além do trabalho. O que é bom, claro - mas estou a falhar noutras frentes. Não me tenho conseguido desdobrar no campo da amizade: não levo uma única combinação até ao fim, cancelo todos os encontros, cafés e copos combinados. Todo o tempo livre é dividido entre Manel, família próxima e ginásio (despertador às 06:50 - não tenho falhado as três idas por semana!). É uma questão de adaptação e eu demoro a adaptar-me, a encontrar o meu ritmo. Espero que entre tudo nos eixos em breve - e voltarei com novidades.

(Entretanto fiz anos! #trintamenosum)

18.3.16

das newsletters


Fotografia de Galymzhan Abdugalimov | Unsplash

Estou há algumas semanas com trabalho mais intensivo durante a semana, o que tem feito com que desligue mais ao fim-de-semana (não totalmente, mas mais, pela minha sanidade) e o que me trouxe de volta o sabor das sextas-feiras - que é maravilhoso. Chegar a sexta-feira à noite é maravilhoso. Esboçando um pequeno exemplo da minha felicidade: hoje, que consegui terminar a horas decentes, fui direita ao frigorífico para celebrar com uma querida mini. Um copo à sexta-feira, tal como a sexta-feira, tem outro sabor.

[No entanto constatei que estamos sem cerveja em casa. Costumamos ter sempre no frigorífico, para uma eventualidade ou para sextas-feiras à noite, mas parece que se acabou. Humm, apetecia-me mesmo. Felizmente há substituições. A garrafa de vodka que um amigo polaco me ofereceu há uns tempos piscou-me o olho e eu pensei why not? Na verdade trabalho com e para russos, parece-me mais que apropriado :) Tudo isto para vos dizer que escrevo com um vodka tónico ao lado]

Tenho sentido que tenho muito para contar mas na realidade os dias têm sido um pouco intensos e chego à noite farta cansada de computador. O Manel é testemunha, há dias em que só me movo entre o escritório, a casa de banho e a cozinha. Acho que o que me safa é o facto de ser bastante organizada. Tenho tudo apontado, para que nada me escape, e faço questão de não deixar questões pendentes ou por resolver para o dia seguinte. Não há nada como adormecer com a sensação de missão cumprida.

Entretanto há uma medida que tenho vindo a tomar ao longo dos últimos dias e que se tem provado oportuna. Acho que vale a pena partilhar por aqui. Às vezes leio - ou melhor, traduzo - artigos com sugestões para aumentar a produtividade (apesar do tom de auto-ajuda, adoro, são sempre divertidos). Uma sugestão comum é: defina três momentos do dia para consultar o e-mail - de manhã, a meio do dia e ao final do dia - para evitar distracções. Pois bem, é algo que não consigo fazer.

Não consigo estar bem com a sensação de será que me disseram alguma coisa? Prefiro ser "interrompida" com mais frequência mas saber que lido com os assuntos no momento - ou que sei o que se está a passar (pode ser um sinal dos tempos, de vivermos tão no imediato, mas na realidade sou assim desde sempre). Como recebo os e-mals em pop-up, estou a trabalhar e aparece-me uma janelinha de lado, com o remetente e assunto, logo consigo perceber do que se trata - e prefiro assim, mesmo que não responda logo.

Acontece que sou (somos) invadidos por newsletters e campanhas publicitárias que fomos subscrevendo, e não subscrevendo, ao longo da vida (ou dos últimos 10 anos, vá) - e mesmo que não abramos os e-mails, acabam por distrair. Solução? Ao longo das duas últimas semanas tenho vindo a fazer unsubscribe a tudo o que são newsletters indesejadas. Se gosto de saber as novidades da Lanidor ou da Women's Secret? Sim, mas não têm de interromper a minha tradução sobre o PSI20. Não combina :)

Posso sempre visitar os sites por iniciativa própria e, para quem não resiste a compras (not exactly me), não faz mal nenhum à carteira não ter lembretes para as novas colecções. Fica a dica! 

15.3.16

a história de quando o manel aprendeu a fazer sopa

É curioso mas tenho sempre vontade de cozinhar à segunda-feira, creio que por ter as baterias carregadas do fim-de-semana. Da mesma forma, à sexta-feira tendemos a fazer coisas mais práticas (pizzas ou tostas caseiras) precisamente pelo cansaço acumulado e preguiça de estar muito tempo na cozinha. Costumamos estar em sintonia :) Mas voltando à segunda-feira, ou a ontem: tinha um enorme saco de cenouras no frigorífico e decidi fazer o creme de cenoura que andava a adiar. Comecei por cortar a cebola, a parte que gosto menos (choro sempre e não gosto do cheiro que fica nas mãos) enquanto o Manel preparava salmão para o jantar. Passei para as cenouras. Ia a meio do saco quando distraída não cortei apenas a cenoura: um pequeno pedaço de polegar da mão esquerda. "Manuuuuu" chamei (entretanto tinha-se escapulido para a sala). Nunca me tinha cortado tão profundamente e vi o caso mal parado - gosto bastante de ver séries passadas em hospitais e já assisti a operações ao vivo (long story) mas sou um pouco mariquinhas sensível comigo, já imaginava o meu dedo a ser amputado. Resultado: fiquei atarantada e desatei num pranto. Tentámos resolver em casa mas acabámos por ir à farmácia (se estivesse sozinha tinha ido a correr para o hospital. Sim, sou essa pessoa).

Na farmácia deram-me um spray cicatrizante e pensos - mas mal olharam para o corte. Voltei refilona e estive toda a noite assim. O meu trabalho é teclar, horas e horas a teclar, preciso das minhas mãos decentes. Foi só o polegar mas influencia tudo - e acima de tudo o humor. Mas bem, regressados a casa, retomámos as tarefas deixadas a meio. Foi nesse momento que o Manel me proibiu de tocar nas cenouras, na faca, e em tudo o resto, assumindo a responsabilidade pela sopa - o que não é nada de extraordinário, pois costuma cozinhar. No entanto, apesar de muito prendado no que toca a petiscos ou pratos de carne e de peixe, há duas coisas que nunca o vi fazer: sobremesas e sopas. Pois bem, ontem foi o dia. Orientei só aqui e ali, nos ingredientes que faltavam, e depois novamente no fim, na parte de passar com a varinha mágica. Resultados: o meu dedo continua por cá, não com grande aspecto e a chatear-me um pouco; o creme de cenoura, que provámos hoje ao almoço, ficou óptimo; e o Manel ficou entusiasmado com a potencial aquisição de acessórios culinários que facilitem a preparação de sopas e afins e protejam os dedos cá de casa. Quase final feliz. Espero que o dedo volte ao normal depressa. Sou péssima doente, admito.

9.3.16

últimos tempos

Nunca andei tão desaparecida daqui. A verdade é que a semana passada foi mesmo muito preenchida com trabalho - com vários trabalhos e muitas horas dedicada aos mesmos - e o fim-de-semana foi passado fora. Adaptação, logística, stress (algum) são as palavras que a definem melhor. Esta semana está a ser bem mais controlada - e até consegui voltar ao ginásio hoje de manhã (não ia desde a segunda-feira passada, há meses que não fazia um intervalo tão grande). Em modo expresso:

Duas conclusões dos últimos tempos: (i) o ginásio faz-me uma falta tremenda - já por aqui disse que a energia, e a capacidade de trabalho e de foco, são muito superiores nos dias em que vou de manhã ao ginásio (é mesmo incrível); e (ii) tinha saudades de ter um grande volume de trabalho em mãos - quanto mais trabalho mais me apetece trabalhar. Sempre gostei de trabalhar (e não tenho estado parada) mas a dose dos últimos tempos reforçou o feeling.

Três verdades cruas dos últimos tempos: (i) estive sem sair de casa entre segunda-feira às 9h e quinta-feira às 16h (true story, acho até que empalideci); (ii) houve dois dias em que não tomei banho - luxos (?) de quem trabalha em casa (calma: higiene básica e mudança de roupa garantidas); e (iii) houve dois dias em que trabalhei todo o dia de pijama - acho que nunca o tinha feito e não gostei. Parece-me, sinceramente, que bloqueia a produtividade.

Por hoje é tudo. Volto amanhã.

[Não Inês, não sou eu na fotografia - mas podia ser, é o que mais tenho feito nos últimos tempos: teclar, teclar, teclar] - Fotografia de William Iven | Unsplash

7.3.16

sem título

Hoje, na ressaca de um fim-de-semana juntas, desejei que tivéssemos a mesma idade - para poder adormecer no conforto da ideia de que seremos companheiras até ao fim.

29.2.16

14 horas

Levantei-me às 7:10 para ir ao ginásio. Pequeno-almoço reforçado e segui mas não fiz tudo o queria. Costumo ir um pouco mais tarde e faz a diferença: quanto mais cedo - ou quanto mais tarde - mais lotado. Entretanto, estou em frente ao computador desde as 9 (são 23:05). Almocei e lanchei em frente ao computador. Fiz pausas para encher a garrafa de água, ir à casa de banho e fazer duas chamadas-relâmpago.

Não é nada de novo, já o fiz diversas vezes, e não estou cansada (a prova é que ainda vim aqui, ao meu-querido-blog, dar notícias). É apenas um pouco assustador por ainda ser apenas segunda-feira. É assustador por ser um mundo novo (com responsabilidades novas) mas é também entusiasmante. É um assustador bom. Sou um pouco bipolar nestas coisas.

É provável que ande mais desaparecida estes dias.
Mas volto :)

24.2.16

(fotografias) do frio

Está aqui o Manel a dizer que se prevê um fim-de-semana de frio. Para todos aqueles que reclamam o regresso da época quente deixo por aqui alguma inspiração invernal do (meu) Unsplash. O Inverno pode ser tão bonito! [O Unsplash é um repositório de fotografias de alta qualidade que são disponibilizadas pelos seus autores para utilização livre - tão livre que nem é exigida a referência ao autor (no entanto partilho sempre o nome do artista - é o mínimo que posso fazer para agradecer)]. A minha selecção de fotografias sob o tema "winter":




Fotografias (por ordem): Roxane Clediere | Paul Itkin | Sorina Bindea | John Salzarulo | Maria

23.2.16

amendoeiras (quase em flor)




Fotografia de Milada Vigerova | Unsplash

Ainda do fim-de-semana: na estrada entre o Torrão e Ferreira do Alentejo passa-se, a dada altura, por uma plantação de amendoeiras (do lado direito da estrada para quem vai no sentido Norte-Sul). No Inverno, mais despidas, não chamam a atenção mas recordo-me de na Primavera serem lindas lindas: a tranquilidade em rosa claro. Neste sábado voltámos a passar por lá e apesar de ainda não ser altura já espreitam algumas flores. Fiquei com vontade de ter uma amendoeira (talvez em versão bonsai?).

do fim-de-semana

Passámos o fim-de-semana no Alentejo. O Manel é visitante assíduo mas eu não ia além de Setúbal desde o ano passado - e andava com saudades. Seguimos apenas no sábado ao final da manhã (tivemos um jantar de amigos na sexta-feira à noite), parámos para um almoço tardio em Alcácer do Sal (estava um sol muito quentinho para Fevereiro) e seguimos caminho. Algumas paragens e chegámos ao destino ao final da tarde. Acendemos a lareira. Silêncio total, apenas o crepitar da lenha. Perfeito. Jantar tardio e séries pela noite dentro. Adormeci no sofá.

No domingo acordámos tarde - tarde para quem quer aproveitar o dia. Andávamos com os horários trocados há já algum tempo e precisávamos de dormir. Depois de algum stress com um esquentador a teimar em não trabalhar - mas acabámos por conseguir tomar banho com água quente - passei a tarde a ler. A tarde toda. Só fiz uma pausa para almoçarmos no meio do campo mas depois voltei ao meu livro, à lareira. Horas a fio, sem vontade de parar. Na verdade nunca tenho muita vontade de voltar para Lisboa ao domingo - e a visão da casa virada do avesso não ajudou* - por isso tardámos o regresso ao máximo.

Creio que já por aqui disse que cresci no campo. No ar puro, na liberdade de movimentos, no silêncio-apenas-cortado-por-sons-da-natureza. O Manel também. Temos sempre vontade de fugir de Lisboa ao fim-de-semana e às vezes brincamos com a ideia de fuga permanente. Neste momento seria possível, em termos profissionais, para ambos mas a vida é tão volátil - amanhã pode ser indispensável estarmos em Lisboa. Não sei. Não sabemos. Não nos vejo a tomar essa decisão tão cedo, nem sei se a tomaremos algum dia, mas gosto muito de sonhar com uma casa na planície.






Fotografia de Alice Hampson | Unsplash

* Não, as obras não terminaram na sexta-feira. Creio que terminam hoje, terça-feira, mas não estou certa. Na verdade não sei, escapuli-me ontem e hoje para a biblioteca e o Manel ficou a comandar as tropas. Novidades em breve, espero.

18.2.16

da pele

Nunca fui preguiçosa com cremes - uso creme hidratante no corpo todos os dias depois do banho desde adolescente - mas acho que fui, durante tempo demais, desatenta a determinados pontos do corpo e pouco exigente com os produtos utilizados. 2015 foi um ano de mudança nesse sentido: percebi que andava a saltar alguns rituais e cuidados, nomeadamente a hidratação do rosto, e que não andava a investir nos produtos certos para o corpo e cabelo (recorrendo a gamas de supermercado).

Foram diversos os momentos em que se deu o clique mas creio que a mudança derivou essencialmente do facto de me ter tornado freelancer. Estou mais disponível - o que não é sinónimo de diminuição de volume de trabalho, provavelmente até trabalho mais, mas sim de predisposição. Não me sinto mentalmente cansada, não enfrento transportes públicos e trânsito (ganhei, pelo menos, mais uma hora por dia) e tirando alguma ansiedade pontual pela inconstância da vida freelancer parece que o mundo não me pesa tanto nos ombros.

Passei a ter outra disposição para cuidar mais de mim - e passei a estar mais atenta (até atenta de mais mas é conversa para outro post). Acabei os cremes e champôs que tinha (sou anti-desperdício), fiz algumas pesquisas e tenho vindo a fazer algumas aquisições, apostando em marcas de farmácia ou gamas profissionais. No aeroporto em Nova Iorque, por exemplo, aproveitei para comprar alguns produtos da Clinique - marca americana, logo mais baratos por lá.

A verdade é que até há pouco tempo tinha apenas a preocupação de remover a maquilhagem à noite. Ponto. Não hidratava a pele a seguir, antes de me deitar, nem de manhã, antes de me maquilhar. Isto durou alguns anos... Mas há alguns meses que limpo e hidrato, religiosamente, de manhã e à noite e noto diferenças: a pele está mais cuidada e uniforme e já nem sequer sinto tanta necessidade de usar maquilhagem (também porque estou em casa, mas acabo por sair sem maquilhagem).

Entretanto tenho alguns cremes a chegar ao fim e hoje encomendei alguns produtos da Caudalie, marca francesa que nunca experimentei. É um pouco mais acessível que a Clinique e privilegia activos naturais (não tem nada de parabenos e afins). Fiz algumas pesquisas online - quem me conhece sabe que sou muito forreta poupadinha e que faço sempre pesquisas antes de comprar seja o que for, online ou não - e partilho alguns links úteis:

No KuantoKusta é possível comparar os preços dos mais variados artigos, não só de produtos de beleza, e encontrar o fornecedor mais barato (normalmente acrescem os portes de envio, é necessário ter atenção). No Dermclick há promoções com frequência, nomeadamente no caso da Caudalie, e os portes são gratuitos em compras acima de 30€. No próprio site da Caudalie os portes também são gratuitos em compras superiores a 50€. A ideia é comparar e procurar a opção mais vantajosa - pode não ser sempre a mesma.
Fotografia Caudalie
[uma das minhas aquisições de hoje - prometo feedback]

17.2.16

eram apenas pequenos arranjos

Estamos em modo se-não-os-vences-junta-te-a-eles. Já desisti de mudar de sapatos entre as divisões em obras e as divisões livres e já há pegadas brancas por todo o lado mas não há mesmo nada a fazer. Como é que pequenos arranjos fazem tanto pó? Os móveis da cozinha e do escritório estão totalmente cobertos por uma camada branca - e ainda falta entrarem no nosso quarto.

Entretanto percebemos que a previsão de três dias de obras era irreal, irão demorar um pouco mais. Estou a tentar levar tudo com alguma tranquilidade, apesar de estar a trabalhar ao mesmo tempo e no mesmo espaço (e de ouvir mais obras no prédio). No fundo tenho consciência de que foi a melhor altura para o fazermos - no Verão, com calor, seria pior.

O novo plano é que terminem tudo até sexta-feira. O Manel acha que irá demorar mais mas eu sou mais optimista. No fim-de-semana fugimos para sul, a Joselita (por enquanto ainda a temos) passa por cá no sábado e quando voltarmos no domingo à noite teremos a nossa casinha de volta: renovada, arrumada e limpa. Plano perfeito. Fingers crossed

Fotografia de Nolan Issac | Unsplash

15.2.16

últimas





Fotografia de Matt Popovich | Unsplash

O post de hoje sai em modo expresso:

Estive em clausura, de quinta-feira a sábado, de volta de dois trabalhos (saí apenas na sexta-feira de manhã para ir ao ginásio e fui fazendo pausas para refeições e lanches - pausas demais). Sábado à noite, com tudo entregue, desafiei o Manel para um copo no Lx Factory. Acabámos a cear bolo de chocolate no 1300 Taberna. Tão giro o espaço - arquitectura industrial - e tão bom o bolo.

O Pedro aceitou o desafio (e eu engoli em seco). Espreitei o calendário de provas do Correr Lisboa (o nome induz em erro, o site apresenta provas previstas de Norte a Sul do país) a ver se encontrava algo de pequena dimensão para uma experiência antes dos 10 km. Pareceu-me ser tudo de 10 para cima: 10 km, 21 km, 25 km, 50 km, 100 km (?). Entretanto vou precisar de uns ténis decentes!

Hoje estamos com obras no prédio - já houve tantas obras desde que sou home-based freelancer... - e desta vez também contribuímos para o caos. Estamos com pequenos arranjos cá em casa (mudar o papel de parede da cozinha, entre outras coisinhas) e hoje estou em modo baby sitting dos senhores responsáveis pelas obras. Amanhã fica o Manel (não me concentro com martelos).

Fiquei a saber que vai sair mais um livro de Harry Potter - e fiquei histérica. Combinei com a minha amiga Laura lermos o livro em simultâneo (cada uma em sua casa, vivemos em países diferentes) tal como fizemos com os livros do Senhor dos Anéis há... 15 anos atrás? Falando de amigas: a minha amiga Jacinta vai casar (o dia dos namorados tem destas coisas) o que significa que eu e o Manel voltaremos ao Funchal em 2017.

A minha vida está em stand-by total. A qualquer momento posso ter novidades e ao mesmo tempo pode não mudar nada. Acho que estou confortável com isso, quase tranquila, pela primeira vez desde que sou freelancer. Demoro a adaptar-me mas penso que estou, finalmente, a aprender a conviver com a incerteza. Ou então estou apenas bem disposta? Veremos :)

Entretanto passei mais um TPM com distinção! Para quem não percebe esta afirmação há esclarecimentos aqui e aqui.

Por hoje é tudo. Amanhã volto com mais calma.

10.2.16

muambo

Disse aqui que costumo ver as notícias quando estou a correr na passadeira, no ginásio. É verdade. Um dos ecrãs está sempre na TVI24, no Diário da Manhã, e de x em x tempo é apresentada a meteorologia. Às vezes apenas as previsões para Portugal, noutro momento as previsões para a Europa e ainda as previsões para África. Há já alguns dias que reparei num.. Pormenor.. Mas chegava a casa e esquecia por completo. Hoje decidi fotografar, para não esquecer. Aqui está:







[A fotografia está com péssima qualidade (telemóvel a fotografar ecrã) mas achei que o post não teria tanto impacto sem este elemento visual]

Existe, em Angola, a província do Huambo e a cidade de Huambo (capital da província homónima). Não tenho dúvidas: a organização com que trabalhei antes de ser freelancer tinha projectos no Huambo e uma das minhas melhores amigas nasceu no Huambo). Existe, também, um amplamente conhecido prato angolano de seu nome Muamba. Muito típico, muito popular, até mesmo em Portugal. Terá sido essa a confusão dos senhores da meteorologia da TVI24? Huambo + Muamba = Muambo?

Muambo não existe senhores.
[Já enviei um e-mail para a TVI]

8.2.16

bifes e burritos

Na semana passada tivemos duas experiências gastronómicas novas - em nada semelhantes entre si. Na segunda-feira (há uma semana), aniversário do Manel, fomos jantar ao Café de São Bento. Avaliei a experiência aqui mas faz todo o sentido partilhar por aqui também :) Pedimos ambos o Bife do Lombo à Café de São Bento e ficámos muito bem impressionados. A carne é muito boa mas achamos que o segredo está no molho - é tão bom (o Manel diz que vai procurar na net, espero que para tentar reproduzir em casa). Apesar de consumirmos muito mais carnes brancas e peixe temos sempre carne de vaca em casa (da produção familiar no Alentejo) mas passamos semanas sem preparar nada. Associo, tendencialmente, a pratos mais elaborados e durante a semana procuramos simplificar (e ao fim-de-semana é pouco frequente almoçarmos ou jantarmos em casa). Na verdade já tínhamos saudades de um bom bife (e de batatas fritas, caseiras, as primeiras do ano) e o restaurante é muito simpático - bastante intimista, sossegado, perfeito para conversas a dois ou com um pequeno grupo de amigos. Não chegámos às sobremesas mas ficámos com curiosidade.

A outra experiência foi totalmente diferente. Na quarta-feira demos um salto às Amoreiras para umas compras de supermercado e pensámos em jantar no Noori. Apesar de já passar das 21h ainda tinha uma fila composta e como não queríamos perder muito tempo acabámos a experimentar o Bala - cozinha mexicana. Nunca fui ao México, nem o Manel, nem a muitos restaurantes mexicanos - não conhecemos a culinária a fundo e não temos com que comparar. No geral achámos bom - mas não deixa de ser um fast-food num centro comercial. Detalhes: não existem opções fechadas, escolhe-se a versão taco ou burrito e diversos ingredientes para o compor. Ao contrário do que tenho lido online não achei o processo de criação do burrito (optámos ambos por burritos) nada complicado - apenas achei que, no final, fica com ingredientes a mais (fica um burrito bastante gordinho, é preciso ir com algum apetite). Não sei se fico com vontade de voltar (fiz uma má escolha quanto ao molho final, escolhi pelo nome e só depois percebi que era cor-de-rosa - um cor-de-rosa com um ar muito pouco natural - o que me fez perder um pouco o apetite) mas fiquei com vontade de fazer em casa.

[Esta semana vamos andar mais caseiros. Aliás, vamos dedicar o feriado a preparar alguns pratos para os próximos tempos. Ando com vontade de caril, talvez faça um caril de frango. E mais granola. E umas lulas. Humm..  Entretanto acho que vou lanchar] :)

5.2.16

correr (a continuação)

Confirma-se: voltei a correr 30 minutos, a 8.5km/hora - aumentei durante uns minutos para 9km/hora mas não aguentei muito. [Para quem se sentir perdido ler este post]. Não sinto que seja fácil. É um misto. Há períodos que demoram mais a passar que outros (logo os primeiros minutos, por exemplo, e depois entre os 15 e os 20 minutos) e há momentos em que ganho mais energia, como quando sei que está quase a acabar. Também há uma relação entre a facilidade de estar a correr e o meu nível de distracção. O ginásio tem televisões mesmo em frente às passadeiras e costumo correr com phones nos ouvidos, a ouvir as notícias. Quando passam notícias de futebol, que não tenho interesse em ouvir, a corrida pesa mais. Quando são outras notícias - hoje falava-se no orçamento de Estado, por exemplo - distraio-me do facto de estar a correr e o tempo passa depressa. Acho que a dificuldade, e o suposto cansaço, também são psicológicos.

Mas bom, ontem disse que estava com uma ideia na cabeça e que daria novidades. Pois bem: fiquei entusiasmada com o facto de ter corrido 30 minutos e ando aqui com a ideia de que quem corre 30 corre 60. [Onde é que me vou meter?]. E que se em 30 minutos corri quase 5km em 60 minutos devo conseguir correr 10km. E há tantas provas bonitas de 10km. Assim de repente lembro-me de ouvir falar na São Silvestre, em Lisboa, que é sempre no final do ano - o que me daria tempo para treinar para os 10km em 60 minutos, até porque preciso de treinar na rua, em estrada (até agora tenho sido sempre levada pela passadeira e imagino que seja mais fácil). A verdade é que lido bem com objectivos e parece-me que ter uma corrida específica em mente será uma motivação. Outra será ter companhia - para planear, para treinar e para a corrida final - e sei exactamente quem poderia alinhar nisto...

Pedro Castro (para quem não conhece é o meu cunhado, marido da minha irmã) desafio-te a participar comigo numa prova de 10km lá para o final do ano.

Pronto. It's out there. Não há volta a dar.






Fotografia de Martins Zemlickis | Unsplash

4.2.16

correr

Na segunda-feira aconteceu algo inesperado: consegui correr durante 30 minutos (velocidade de 8,5 km/hora). Não sei se foi da pizza do jantar de domingo (mais energia? Talvez tenha exagerado: estava óptima, caseira e biológica), se da minha amiga Inês estar a correr na passadeira ao lado (nunca tinha corrido com companhia, se é que se pode considerar "companhia" entre passadeiras) ou se o exercício físico frequente tem contribuído para aumentar a resistência (imagino que sim - e que seja esta a razão). A verdade é que nunca tinha corrido mais de 20 minutos - e acabava sempre "morta".

Não fiz muito alarido, pensei que pudesse ter sido apenas um rasgo de energia. Ontem, quarta-feira (tenho procurado ir ao ginásio três vezes por semana, segunda, quarta e sexta) repeti o feito. Confesso que não sou a maior amante de corrida e nem sequer tenho uns ténis adequados - mas adoro a sensação no final: o corpo quente, o cabelo e a roupa a pingar (suo bastante) e a sensação de que consigo conquistar o mundo. A verdade é que fiquei entusiasmada e estou aqui com uma ideia... Mas quero testar-me uma vez mais. Amanhã, 30 minutos, novamente.

Darei notícias.

perfumes (de homem)

Eu e a minha irmã herdámos da nossa mãe uma paixão por perfumes de homem. Lembro-me de nas manhãs de fim-de-semana nos agarrarmos ao pescoço do nosso pai com um o pai cheira tão bem. Na verdade ainda o fazemos. O nosso pai derretia-se [o que continua a acontecer].

Sou fiel ao j'adore há anos e penso que nunca compraria um perfume de homem para mim mas nos dias em que o Manel está longe e nem nos cruzamos de manhã - como hoje, saiu antes das 7h para o Alentejo - não resisto a usar o seu perfume. Além de adorar o odor sinto-o mais perto, comigo, ao longo do dia.

1.2.16

parabéns meu amor

Fotografia de Kelley Bozarth | Unsplash

29.1.16

downton abbey

Tenho um gosto eclético no que toca a séries: vi (e revi) todas as temporadas de Sex and the City e de Grey's Anatomy. Vi todas as temporadas de How I Met Your Mother. Vi Castle e Modern Family durante algum tempo e alguns episódios de Dr. House. Ah, há muitos anos também vi Heroes (hoje penso: como?) e há pouco tempo vi, com o Manel, Les hommes de l'ombre (os Influentes, passou na RTP2). Tudo isto espaçado em anos e, tirando a última, sempre em streaming.

Entretanto o Manel aderiu ao Netflix. Vimos a primeira temporada de Narcos e há uma semana atrás começámos a ver Downton Abbey. Já vimos a primeira temporada toda - é curta - e já estou cheia de pena por saber que são apenas seis. Sim, é um pouco "novela" mas bem disfarçada e na verdade prende. Ao final do dia já estou a pensar no episódio que vamos ver à noite (e apetece sempre ver mais do que um). Tenho a certeza de que vou ter saudades das personagens quando acabar... O Mr. Bates. A Anna. O Carson. A Lady Mary.







Fotografia Google Images

Fica a sugestão. Pequeno detalhe: o primeiro mês de Netflix é gratuito e sem compromisso :)

28.1.16

escrever

Gosto de escrever. Nem sempre reúno as condições (sossego, algum isolamento - sim, sei que sou complicada) de que preciso para o fazer como gosto, com maior subtileza, mas até mesmo na escrita mais leve ou técnica encontro prazer. A produção de conteúdos fez parte das diversas experiências profissionais que tive - antes da vida freelancer - e era o que fazia com maior satisfação, sem hesitações, provavelmente por ser um momento autónomo, só meu. Gosto de trabalhar sozinha.

Curiosamente encontrei, recentemente, uma plataforma online que aceita encomendas de artigos (da parte de publicações digitais ou mesmo de particulares) e atribui a elaboração dos mesmos a redactores freelancer. Ser recompensado por escrever, de uma forma tão simples? Desconfiei. Bom demais para ser verdade. Passeei pelo site para perceber o funcionamento: depois de elaborados e revistos por uma equipa de editores os artigos são entregues ao cliente e o freelancer é devidamente remunerado.

Decidi registar-me. Um processo muito simples: são solicitados apenas alguns dados e um texto com um mínimo de 500 palavras (mais ou menos o equivalente a uma página word) para a equipa de editores poder avaliar a minha escrita. Nesse momento pensei que talvez se tratasse de algo sério. Preparei um texto dentro de um dos quatro temas que sugeriam. Li, corrigi, voltei a ler, gostei do que li e submeti. Passadas 24 horas úteis tinha a resposta: candidatura aceite. 

A partir desse momento passei a ter acesso aos "artigos disponíveis" na plataforma. Espreitei e não encontrei nenhum. Voltei umas horas mais tarde, nada. Voltei ontem de manhã e estava um artigo disponível, uau! Confesso que nem me recordo do tema, apenas me lembro dos requisitos para o mesmo: artigo com um mínimo de 650 palavras - o que será uma página e meia - e valor: 2€. 2€. Para investigar sobre um tema, recorrer a várias fontes e produzir um texto?

Estimei que precisaria de pelo menos uma hora, provavelmente um pouco mais. Pareceu-me demasiado absurdo para ser real e tentei perceber se a plataforma estava realmente a ser utilizada por mais pessoas. Pesquisa rápida no Google e fui parar a um fórum onde percebi que, entre aqueles que tinham sido aceites como redactores (porque houve candidaturas recusadas), reinava alguma felicidade por estarem prestes a receber 6€ por três artigos que tinham escrito. Três artigos. Umas três horas?

Útil em situação de desespero, de desemprego? Claro, não digo que não. A plataforma deixa claro que não se trata de um emprego, apenas de um complemento? Sim, deixa claro. Contudo, complemento ou não, não deixa de ser um valor demasiado baixo para o trabalho que representa. Não é "qualquer um" que escreve, como não é qualquer um que traduz ou que ensina. A produção de conteúdos requer um certo nível de vocação, entre exigências de cariz e rigor técnico.

Depois do choque inicial fiquei apenas triste. Crio expectativas com facilidade e fiquei entusiasmada com a possível actividade paralela - a fazer algo que gosto. Enfim, já passou. Vou voltar a espreitar o site para tentar perceber se mantêm os mesmos valores - o que imagino que sim - mas não estou disposta a colaborar nesses termos e fico incomodada (apesar de compreender potenciais situações de desespero) com o facto de algumas pessoas estarem.

Fotografia de Florian Klauer, Unsplash

26.1.16

a granel

Hoje visitei a Casa a Granel. O nome não deixa lugar a dúvidas: é uma loja onde se vendem produtos (sementes, frutos secos, farinhas, cereais, entre outros) a granel. Li sobre a mesma na New in Town, espreitei a página de Facebook e hoje, finalmente, passei por lá. Fica mesmo em frente à Igreja do Santo Condestável, ao lado do Mercado de Campo de Ourique (que é o meu bairro).

O grande destaque da loja é a variedade: tem as paredes cobertas com dispensadores. É verdade que a oferta a granel está a voltar (e só encontro benefícios, tanto no combate ao desperdício alimentar como na protecção do ambiente) mas é ainda bastante limitada. Recorro sempre ao Brio que, em comparação com a Casa a Granel, tem uma oferta muito inferior (provavelmente por fornecer apenas produtos biológicos).

A Casa a Granel tem produtos biológicos e não-biológicos (e estes, na sua maioria, de origem natural: livres de todo o tipo de aditivos químicos e produzidos de forma tradicional, apenas sem a certificação biológica). Fiquei surpreendida com a oferta e encontrei produtos que procurava há algum tempo (como arandos desidratados). Cumprindo o prometido comprei nozes de macadâmia e castanhas do maranhão.

Estive bastante tempo à conversa com o dono - que se interessa por tudo o que está por detrás dos produtos que vende (que benefícios oferecem, como devem ser utilizados) e faz questão de o partilhar com os clientes. A Casa a Granel é a verdadeira loja de bairro, de comércio tradicional. É simples e despretensiosa mas não deixa de ser acolhedora. No fundo, também são as pessoas que fazem os sítios.


Fotografia do meu Instagram

22.1.16

claraboia

Ontem à noite fomos ver a peça Claraboia baseada no romance homónimo de Saramago <3 e que está n'A Barraca até Fevereiro. Li o livro - já li quase todas as obras de Saramago, que é o meu autor preferido desde que o descobri - mas quem não leu (como o Manel) também acompanha muito bem a história. Vale a pena assistir à peça! Sem querer adiantar muito da história avanço apenas que o cenário está muito bem montado para representar as vidas em cada um dos andares (o romance retrata o quotidiano de várias famílias num prédio lisboeta na década de 50). Apesar de enorme - confesso que não esperava 3 horas (21:30 - 00:30 com intervalo de 10 minutos pelo meio) - a peça vê-se muito bem, essencialmente por ser uma história dinâmica. Do elenco fazem parte bons nomes do teatro, como Maria do Céu Guerra, João Maria Pinto e Rita Lello, com excelentes prestações. Na verdade, há anos que não ia ao teatro - e admito que se contam pelos dedos das duas mãos todas as vezes que terei ido. Foi bom relembrar que é um espectáculo único: sala cheia, os actores ali tão perto (ficámos na primeira fila) e a emoção final quando toda a plateia se levanta para bater palmas... Vale a pena. Detalhes sobre a peça aqui.




































Cartaz retirado daqui

[A minha mãe (atenta seguidora do blog) veio jantar cá a casa e foi connosco ao teatro (também tinha lido a obra e estava curiosa com a peça). Vive em Setúbal e no caminho para cá fez um desvio por Azeitão, para passar pelo Cego :) recordam-se da frustração sentida aqui? Pois bem, ultrapassada :)]

21.1.16

sim, ontem estava rabugenta

Ainda agora disse aqui que ontem estava rabugenta: saíram os resultados do tal concurso público e, como previsto, não tinha mesmo corrido bem. No fundo tinha alguma esperança, porque sou naturalmente optimista.. Fiquei momentaneamente triste mas depois agarrei-me ao trabalho e desvalorizei. Quero pensar que se não correu bem é porque não era suposto e porque é necessário espaço (e tempo) para que algo melhor aconteça. Não é acreditar no destino, é acreditar no equilíbrio. Há a possibilidade de estar a enganar-me a mim própria mas por enquanto vou continuar a pensar assim.

[E hoje acordei muito mais bem-disposta]

responder (sempre)

Das coisas que não compreendo: pessoas que não respondem a mensagens ou e-mails (profissionais). Não insisto numa resposta dentro de 24 horas e nunca em período de férias ou fins-de-semana. Falo de resposta - responder, efectivamente, a quem aguarda - em dias úteis e, pelo menos, em 48 horas. Dois dias. Parece-me razoável, tanto para quem escreve como para quem aguarda.

É algo que me ultrapassa, principalmente quando é do interesse da pessoa envolvida (e que não responde). A não ser que algo de transcendente se passe na vida da pessoa em questão - e acontece, naturalmente - não encontro razão. Melhor, encontro: é falta de educação e de profissionalismo. Até porque há sempre a possibilidade de telefonar e resolver o assunto (responder) em segundos. Não deixar pessoas à espera.

[Confesso que pensei em escrever este post ontem, estava mais rabugenta. Hoje acordei bem-disposta mas achei que devia escrever na mesma. Aplica-se: ainda não me responderam.]

19.1.16

blue monday

O meu mood de ontem está explicado: blue monday - o dia mais deprimente do ano (ou não, parece que é contestado... Mas neste caso vem a calhar). Estou melhor, obrigada :)

18.1.16

fim-de-semana

Sábado acordou bastante solarengo. Preguiçámos um pouco. Tomámos o pequeno-almoço com calma. Banhos. Casa arrumada. Saímos para a rua. Queríamos aproveitar o sol ao máximo, sem horários. Almoçámos umas saladas no Kayser e rumámos à Arrábida. Já andávamos com vontade de passear - sair um pouco de Lisboa, apanhar ar fresco - há algum tempo e a Arrábida nunca cansa :) A descida para o Portinho é das paisagens mais bonitas que conheço - em qualquer estação do ano. onde-acaba-o-verde-começa-o-azul. Haverá semelhante? No sábado, apesar do sol, estava frio, bastante frio. Estava quase agradável para passear mas na verdade eu não estava muito bem agasalhada (nunca estou). Andámos um pouco e sentámo-nos para um café. [Estou a escrever com uma enorme vontade de regressar ao fim-de-semana e de estar rodeada dos meus. Há dias em que custa mais estar sozinha..]. Mas voltando à Arrábida. Parámos para tomar café. Infelizmente não há oferta de qualidade: os cafés/restaurantes que existem são os mesmos há anos e não se têm reinventado - e acredito que a procura aumente ano após ano. Estão muito velhotes e os donos não são simpáticos. É uma pena pois a vista é incrível. E há bom peixe. Não se compreende.

[Entretanto recordei uns dias que passei no Portinho com os meus pais e a minha irmã. Eu não tinha mais do que quatro ou cinco anos, logo terá sido há cerca de 25 anos. Tenho uma memória muito vaga, provavelmente construída pelo que me contaram, mas tenho ideia de não ver muito movimento - não era tão procurado como nos dias de hoje e as mini-férias provavelmente terão sido em Maio/Junho. Tínhamos um barco a recreio nessa altura e foram dias bastante leves: saíamos da casinha que tínhamos arrendado - logo uma das primeiras quando se chega ao Portinho, do lado esquerdo - e um senhor velhote levava-nos num barco pequenino até ao nosso barco. Dávamos umas voltas e acabávamos a passar o dia numa das praias escondidas na serra onde só é mesmo possível aceder de barco. O dia devia acabar com peixe grelhado. Gostamos muito de peixe.]

Ainda demos um salto a Azeitão com o Cego em mente (a melhor pastelaria, por muito que apareçam opções mais modernas). Fechado para férias, toda uma decepção, fiquei a sonhar com as delícias de Azeitão (que prefiro face às famosas tortas). Fomos até Setúbal e acabámos por jantar com os pais do Manel. [Foi boa ideia termos começado o dia com saladas pois a partir da tarde perdemos um pouco o controlo :)] Acabámos a noite na sessão da meia-noite no Monumental, já em Lisboa, a ver A Rapariga Dinamarquesa (eu gostei, o Manel talvez menos). Foi um dia sem planos. Pegar no carro e ir. Costumo ser control-freak, gosto de saber onde vou, mas confesso que todo o dia me soube muito bem - e voltava já :) Domingo foi tão bom como sábado. Almoçámos em família em casa do meu Pai, em Cascais, e não demos pelo tempo passar no meio de tanta conversa. Chegámos a Lisboa às onze da noite e ainda li um pouco na cama. Adormecer ao domingo é sempre mais difícil.. Hoje acordei um pouco down. Nunca tenho monday blues - até costumo gostar de segundas-feiras - mas hoje estou cheia de vontade de voltar ao fim-de-semana e de me aninhar no abraço de alguém.

15.1.16

dos saldos

Passo meses sem comprar uma única peça de roupa - o Manel tem muito mais roupa e calçado do que eu, por exemplo. Sou esquisita selectiva, hesito bastante antes de comprar e não tenho muita paciência para lojas (mesmo fora da época de saldos). Vou espreitando os sites de uma ou outra marca e quando compro é quase sempre online. Conheço os meus números e acerto quase sempre.

Ontem recebi uma newsletter da Massimo Dutti a anunciar as promoções "agora a 70%" e fui espreitar o site. Tenho alguns cartões-oferta por utilizar (presentes deste Natal, do anterior e do meu aniversário - obrigada Pai!) e assim não afecto as minhas finanças pessoais. Online já não existem muitas opções em tamanhos pequenos mas comprei uma camisola bonita - com um preço incrível:



antes 49,95€ | agora 14,95€

Não encontrei mais nada, nos artigos em promoção, que me tentasse. Namorei uns sobretudos da colecção nova mas não são uma verdadeira necessidade (a camisola é!)... Felizmente os cartões-oferta têm um prazo bastante longo, creio que de três anos, que é perfeito para pessoas indecisas como eu. Vou continuar a explorar o site :)

Ainda quanto ao comprar online: quase todas as marcas com loja online têm a opção "recolha em loja" que é gratuita (a entrega em casa tem um custo e pode coincidir com horas em que não esteja). É muito prático: chegar à loja, apanhar uma das colaboradoras - não é necessário ir à caixa - dar o código da encomenda e já está! A devolução, se necessário, também é um processo simples.

14.1.16

joselita

Vamos ficar sem a nossa Joselita a partir de Fevereiro. A Joselita (juzelita e não rózélita, como se poderá cair na tentação de pensar) é a nossa fada do lar: é interna em casa do Zé Maria - um dos irmãos do Manel - e vai a nossa casa uma vez por semana, cerca de quatro horas. É brasileira, de Salvador da Bahia, e vive em Portugal há uns bons anos. Super enérgica, eficiente. Muito cómica também.

Somos só dois e não somos muito desarrumados - não fosse eu um pouco obsessiva-compulsiva com limpeza, arrumação e organização - mas ter a Joselita é um verdadeiro descanso. Mantemos a casa arrumada ao longo da semana e à quinta-feira a Joselita faz uma limpeza mais profunda (aspirar, mudar a cama, passar a ferro, casas de banho...). Chegar a casa no dia da Joselita é sempre uma consolação.

Não sentimos que deixemos de fazer seja o que for por termos a Joselita. É uma prioridade que nos oferece tempo para outras coisas. Vai fazer-nos falta e não queremos que vá embora (nem a própria Joselita quer ir embora mas há coisas que simplesmente não se controlam). Até ao final do mês vamos estar em busca de "substituição" (não me soa bem..) e não temos muita vontade.

13.1.16

o tio patinhas que há em mim

Quem me conhece sabe que é raro ver televisão. Passo o dia inteiro em casa sem a ligar e se o Manel chegar tarde mantém-se desligada pela noite dentro. Confesso que gosto de ver o 24 Kitchen - adoro o Prato do Dia da Filipa Gomes, que é tão natural e torna tudo tão simples. Abstraio-me do mundo a ver as receitas serem preparadas. Esvazio a cabeça, não penso em mais nada. É uma terapia. Mas tirando isso costumo associar a televisão a desperdício de tempo precioso (para ler, trabalhar mais ou fazer outras coisas). Sim, sei que estou a exagerar, há bons programas e séries mas... Na verdade nem queria falar sobre o 24 Kitchen. Queria falar do The Big Picture, o novo programa da RTP1 dentro do estilo Quem Quer ser Milionário mas com uma pequena nuance: uma aplicação para mobile associada ao programa e que permite "jogar" também a partir de casa, em simultâneo com o concorrente no programa, com a possibilidade de se ganharem prémios.

Vi pela primeira vez na semana passada, achei piada ao conceito e instalei a aplicação. Como funciona? Responde-se às perguntas que surgem na aplicação ao mesmo tempo que surgem no programa - com a diferença de que quem joga na aplicação tem apenas 15 segundos para responder, enquanto que o concorrente no programa tem mais tempo. De cada vez que o concorrente no programa seleccionar uma "ajuda" (pode seleccionar uma ajuda quando não souber uma resposta, num total de três ajudas ao longo do programa) quem se encontra a jogar na aplicação, em casa (e tiver respondido acertadamente à pergunta) pode ser seleccionado, aleatoriamente, como a ajuda do concorrente. O concorrente mantém-se em jogo mas perde 25% do prémio total - e quem joga em casa, a partir da aplicação, ganha 25% do prémio total amealhado pelo concorrente. Pode ser interessante: o prémio limite é de 50.000€ (25% serão 12.500€).

Ainda só joguei duas vezes e de ambas as vezes os concorrentes não foram muito longe (com prémios de 2.000€/3.000€ no total) e nenhuma das minhas ajudas foi seleccionada. Curiosamente já foram seleccionadas ajudas de duas pessoas que conheço: num dos jogos foi seleccionada a ajuda do irmão de uma amiga e noutro da ex-namorada de um amigo (de cada vez que uma ajuda é seleccionada é partilhada, no programa, a fotografia e nome da pessoa que está a jogar na aplicação). Apesar de ter ficado histérica com as caras conhecidas e de ter achado graça ao jogo (nunca teria coragem de participar num programa destes, em estúdio) não sei durante quanto tempo terei paciência. Sei que o Tio Patinhas que vive dentro de mim irá rapidamente perder a motivação se nenhuma das minhas ajudas for seleccionada em breve - mas tenho o feeling de que irá acontecer...

11.1.16

receitas saudáveis do Jamie

A Inês e o Pedro (a minha irmã e o meu cunhado) ofereceram o mais recente livro de Jamie Oliver ao Manel neste Natal: Receitas Saudáveis. Temos andado a namorar o livro - idealizado, escrito e fotografado na íntegra pelo Jamie. As receitas parecem-me todas uma tentação - tenho de anotar ingredientes, com objectivos concretos em mente, a trazer do Brio - e além das páginas e páginas de receitas o Jamie dedica um capítulo ao que aprendeu sobre saúde, nutrição e bem-estar enquanto preparava o livro (e viajava pelo mundo). O que partilha, sob o mote viva bem - mais saudável e mais feliz, vai ao encontro do que tenho lido em sites e livros sobre estilo de vida saudável e equilibrado - mas é útil tê-lo também em formato papel, sempre à mão.

Da leitura que fiz na diagonal parece-me que cá em casa vamos ao encontro de grande parte das sugestões: muitos legumes e fruta, peixe e carnes brancas, frutos secos, farinhas e cereais integrais e sempre que possível - quase sempre mesmo - produtos de origem biológica. Ao pequeno-almoço, almoço, jantar e lanches. É uma questão de hábito - não sentimos estar a fazer alguma dieta em particular, é a nossa alimentação normal e sabe-nos bem. Às vezes, mais ao fim-de-semana, perdemo-nos por algo mais doce ou somos tentados por aquela-fatia-de-bolo-da-avó-Céu-que-não-podemos-recusar. Faz parte, acho :) o lado positivo é que temos bons hábitos: não bebemos refrigerantes, álcool apenas em noites sociais e açúcar.. Bom, sim, por vezes ao fim-de-semana.

Tenho noção que no campo das sobremesas ainda tenho muito por onde aprender (o Manel não se aventura tanto por aqui): só sei fazer tartes e bolos que envolvam ovos, açúcar e farinha (branca), preciso de explorar o mundo das sobremesas saudáveis para os dias de festa. Acho que também nos perdemos um pouco no que toca à variedade dos legumes e frutas: tendemos a comprar aqueles de que gostamos e não nos aventuramos muito por outros sabores - e a diversidade faz falta, cada legume e fruta com os seus nutrientes. Não me recordo de alguma vez ter comprado nabiças e este Outono foi o primeiro em que comprámos romãs. Note to self: arriscar em legumes nunca antes comprados (além das nabiças: acelgas, também nunca comprámos!).

O livro também clarifica as porções que devemos consumir de cada "grupo" de alimentos e desconstrói porções em gramas e unidades - muito útil nomeadamente no caso dos frutos secos. Os frutos secos são o ideal para aqueles apetites a meio da manhã ou da tarde - com muitos benefícios nutricionais, nomeadamente para quem pratica exercício físico. Adoro frutos secos desde pequena e sempre tive a sensação de que provavelmente exagerava um pouco nas quantidades. Abria um saco e ia tirando, sem grande controlo. São crocantes, viciantes e em demasia.. Nada é bom em demasia e os frutos secos são especialmente calóricos. Ora então o Jamie diz que podemos lanchar um dos seguintes itens (seguem-se os meus preferidos):
  • 10 cajus sem sal
  • 16g de sementes de girassol
  • 15g de avelãs sem sal
  • 15 amêndoas com pele e sem sal
  • 16g de sementes de abóbora
  • 4 metades de noz sem casca e sem sal
Sim, quatro metades de noz são apenas duas nozes. Não vou falar sobre a quantidade de nozes que era capaz de comer de cada vez - ou de cajus, ainda pior, e amendoins. Na adolescência alimentava-me de amendoins (que curiosamente não entram na lista do Jamie, vou tentar perceber porquê). É informação muito útil cá para casa - considerando que também coloco frutos secos na granola que faço. Cada uma das quantidades acima corresponde aproximadamente a 100 calorias e o ideal será variar entre as opções. Também neste campo precisamos de variar nos ingredientes: nunca provei castanhas do maranhão ou nozes de macadâmia (entre outros que aparecem na lista do Jamie) e acho que o Manel também não.

Obrigada Jamie!

6.1.16

eu e a medicina tradicional chinesa - continuação!

Impõe-se uma actualização quanto aos efeitos da medicina tradicional chinesa no meu TPM. Abordei o assunto aqui e prometi novo feedback com o terminar do "tratamento". Passaram precisamente dois meses desde a última publicação: fiz mais três sessões (uma por semana) de acupuntura e massagem tuína e continuei a fitoterapia (medicina herbal) até ao fim da embalagem. Creio que notei alguma mudança com a introdução da fitoterapia - e de facto o Salvador (do Centro SUN) já me tinha dito que por vezes é o método que apresenta melhores resultados. Desde então já passei por duas supostas fases de TPM e estive bastante mais calma. Não totalmente - mas muito mais. 

Lembro-me de ter refilado (educadamente!) com uma senhora que ouvia música na biblioteca - uma biblioteca que felizmente nunca frequento. A senhora, nos seus sessentas, estava a jogar computador e a ouvir música com fones - bastante alto! Eu estava sentada noutra mesa - a trabalhar, enquanto fazia tempo para uma formação - e conseguia ouvir rock dos anos 80 (nada contra - mas era muito barulhento). Simpaticamente pedi que baixasse o som, "porque se ouvia bastante mesmo com os fones". Acho que ficou chateada e eu um pouco incomodada com isso - mas afinal eu estava a trabalhar e a senhora a jogar.. Só mais tarde associei o momento de falta de paciência ao TPM.

Noutro dia tive um ligeiro amuo com o Manel: creio que era sábado ou domingo e saímos de casa para ir almoçar ao Kayser num instante. Já era tarde e o Manel estava com bastante apetite (é o que dá não tomar um pequeno-almoço decente..). Já no elevador fez o seguinte comentário: "Tens aqui uma mancha... (a apontar para uma das minhas bochechas)". Olhei para o espelho, percebi que era base mal espalhada e voltei a casa para corrigir - na verdade acho que nunca tive muito jeito para me maquilhar. Fiquei amuada com o comentário (parva, eu sei) e deixei-o à espera, sabendo que estava faminto. Curiosamente desde aí tenho deixado a pele ao natural.. E confesso que sabe bem.

Estes momentos de suposto TPM comparados a TPM anteriores - de ficar insuportável refilona durante um a dois dias - não são nada. Não são mesmo nada. Tenho-me sentido mais tranquila nesse aspecto (tenho andado ansiosa, mas consigo distinguir que por outras razões). Balanço positivo, portanto - vamos ver se se mantém. A verdade é que tudo o que é do foro emocional/psicológico é tão ou mais difícil de controlar do que do foro físico. Já o disse aqui: não me reconheço (ou reconhecia) em atitudes decorrentes do TPM - sentia que eram mais fortes que eu. Não é fácil.. Mas em conclusão: fiquei bem impressionada com a medicina tradicional chinesa - voltarei a recorrer mesmo para outro tipo de situações.