28.7.16

férias forçadas

Fotografia de Thomas Lefebvre | Unsplash

Viemos passar o último fim-de-semana à quinta. Eu tinha planos por Setúbal e o Manel ficava mais perto do seu destino no Alentejo. Chegámos tarde e fomos direitos à Casa do Mar, um dos nossos restaurantes preferidos, ansiosos que estávamos de algum tempo de qualidade a dois (não é um espaço romântico, até é um pouco barulhento, mas o robalo de mar e o caril de camarão compensam). 

A verdade é que até ao fim-de-semana passado andámos com horários bastante trocados — cada um com o seu trabalho — e vidas quase paralelas com diversos "não esperes por mim para jantar" ou "parece que trabalho no fim-de-semana". Um jantar a dois, de preferência não preparado por nós, era tudo o que nos apetecia para relaxar um pouco.

E correu tudo bem. Sábado, cada um para seu lado: Manel na cortiça e eu com os meus. Domingo idem: Manel na cortiça e eu com os meus (fim-de-semana de mimo em casa da Avó Céu). Tudo apontava para que domingo à noite regressássemos a Lisboa, como sempre — e quase sempre com uma ligeira depressão. Mas não aconteceu. Estamos na quinta desde então, faz amanhã uma semana.

O Manel não se sentiu bem no domingo à tarde, ainda no calor de Coruche. Teve uma viagem complicada (complicada é eufemismo) até à quinta e um final de tarde dantesco. Poupo-vos aos detalhes e vou directa ao assunto: uma crise de pedras nos rins, cujas dores dizem ser semelhantes às de parto. Foi uma estreia mas não foi totalmente surpreendente pois corre na família — e não deixou de ser crítico.

Sim, a fotografia que ilustra este post é todo um contraste

E como disse estamos por cá há quase uma semana — e tirando domingo e segunda-feira, em que teve dores complicadas, os restantes dias têm sido mais calmos. Idas a Lisboa apenas para ir ao médico mas vida centrada por cá. Eu, que só tinha cuecas suficientes para o fim-de-semana e mais um dia — levo sempre uma cueca a mais —, tinha trazido o mac comigo e tenho usufruido do facto de trabalhar remotamente.

O Manel está de férias forçadas. Pode fazer viagens de carro mas nada que implique saltos e movimento, logo está bastante limitado a nível profissional. Eu não estou de férias mas é como se estivesse. Tenho trabalhado normalmente mas a quinta, o campo, Setúbal ou talvez o simples facto de não estar em casa levam a que sinta que estou de férias.

Trabalho as mesmas horas e faço a mesma rotina (vou ao supermercado, cozinho, arrumo, leio, apenas não vou ao ginásio) mas os dias são mais longos. Garanto que são (ou são apenas na minha cabeça). A verdade é que por vezes sinto que Lisboa me (nos) consome. Não tenho dúvida de que me (nos) cansa e que a vida no campo é algo que nos atrai, aos dois. Hoje, com a vida que temos, seria possível — mas e amanhã?

Conclusão: as nossas férias só serão em Setembro mas esta semana, apesar das circunstâncias, foi uma aproximação. E o Manel... Está em stand-by. Sente-se bem, com um ligeiro incómodo que aumenta de cada vez que abusa um bocadinho, mas sempre na expectativa de que as dores possam voltar. Creio que no próximo domingo, ou mesmo antes, voltamos para casa mas... Não me (nos) apetece muito.

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