3.12.15

Nova Iorque, Nova Iorque (a partida e a chegada)

Tenho de escrever sobre Nova Iorque, tenho de escrever sobre Nova Iorque. Desde que voltei que sou assombrada por este pensamento. Quanto mais próximo da viagem escrever mais próximo da realidade - do que senti - será o que escrevo. Já passou um mês e meio e o que me tem travado é o facto de ainda não ter editado as fotografias (para ilustrarem o que escrevo). Estou sem mac - onde tenho os programas de edição - há duas semanas mas na verdade já podia ter começado antes. Não há desculpa possível - é questão de começar.. Como para contar a partida e a chegada não são necessárias fotografias (até porque creio não ter) acho que posso avançar um pouco mais: já referi o que fazer antes da partida para os EUA. Detalhe: quando se recorre a check-in online, tendo comprado os bilhetes online, poderá ser necessário informar a TAP dos dados do passaporte dos viajantes.

[Quando comecei a fazer o check-in online, na véspera da viagem, surgiu uma mensagem parecida com "não é possível realizar check-in - entre em contacto com a TAP". Tentei várias vezes, sempre a mesma mensagem. Calores, suores, tragédia - já achava que não íamos, que tinha feito algo mal nas reservas ou no pedido de autorização para entrar nos EUA. Vi todas as possibilidade más a passarem à frente dos olhos, em segundos - culminando na imagem de um Manel chateado (sou eu que trato das reservas e afins). Entrei em contacto com a TAP por mensagem privada no Facebook - são sempre super rápidos e eficientes a responder - e afinal estava tudo bem (voltei a respirar): na compra de bilhetes online não há nenhum espaço para inserção dos dados do passaporte - e essa informação é necessária para o check-in online. Dei os dados, corrigiram a situação e consegui fazer o check-in].

Já no aeroporto foi tudo muito rápido. Com o check-in online feito passámos a segurança e fomos até à gate. Na gate voltam a fazer um controlo de segurança: é necessário formar uma fila, é feito novo controlo e só depois o embarque (que implica nova fila). Depois do embarque tudo óptimo: os aviões para longo curso da TAP são óptimos (e eu já andei em Emirates) e a viagem faz-se bem. Gosto de todo o contexto "aeroporto". Gosto da sensação de ler ou ver um filme no avião - e de saber que não há outro lugar onde estar ou ir, só posso estar ali. Por falar em filme: vimos um bom filme (vimos os dois o mesmo, ao mesmo tempo <3): True Story, com James Franco, Felicity Jones e Jonah Hill. É um filme recente, de 2015, e não faço ideia se esteve em algum cinema em Portugal. No IMDB tem apenas 6.3 - mas gostámos. Tal como o nome indica é baseado num caso real.

Chegar a Newark: tudo muito rápido e tranquilo. Num instante saímos do avião, andámos um pouco e chegámos ao controlo de passaportes: criam-se pequenas filas, o controlo em si é rápido (o que é que vem cá fazer? quanto tempo fica?) e num instante estamos a recolher as malas e a sair. O aeroporto é pequeno, distâncias curtas, não há por onde nos perdermos. Do trabalho de casa que fiz concluímos que o melhor transporte seria o expresso: sai do aeroporto e faz três paragens em Nova Iorque. A nossa, Port Authority Bus Terminal, ficava a 8 minutos a pé do hotel. Há quem opte por comboio (mais rápido) ou mesmo táxi (bem mais caro). O expresso ficou por 25 dólares ida e volta e o único senão é apanhar algum trânsito (hora de ponta). Aterrámos às 16h30, às 17h30 já estávamos a caminho de Nova Iorque e tenho ideia de às 19h já estarmos no quarto do hotel.

A maioria do tempo de viagem no expresso não tem nada de extraordinário - são subúrbios. Aos poucos delineiam-se os prédios da grande maçã, ao longe, mas mesmo assim não dá para ter muita noção da cidade. O derradeiro momento do percurso é a travessia de um túnel (Lincoln Tunnel) para chegar a Manhattan: passámos por todo o "deserto", entrámos no túnel (já estava quase totalmente noite lá fora) e saímos (já era de noite). Saímos do túnel e estávamos noutro lugar. Saímos do túnel e começámos a ver algum movimento, luzes ao fundo. O autocarro parou passados poucos metros e era a nossa paragem. Saímos, com as malas, para o passeio - mesmo em frente ao edifício do The New York Times (que tínhamos acabado de ver no filme no avião). Luzes. Pessoas. Movimento. Estamos em Nova Iorque. Sou capaz de ter dito baixinho "Oh meu deus - chegámos!" Se não disse - pensei, de certeza.

Este momento, esta chegada, foi emocionante.

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