1.12.15

sozinha em casa

Das coisas que faço quando fico sozinha em casa (à noite): chego, preparo o jantar em segundos e instalo-me em frente à televisão a ver o 24 Kitchen.

Hoje estou sozinha. Não acontece muito - apenas quando o Manel tem de madrugar para estar no Alentejo e opta por ficar por lá ou em Setúbal. Hoje não está por uma razão mais importante - a mais importante de todas: cuidar dos nossos - e na verdade já há alguns meses que não acontecia passar uma noite sozinha. Não vou mentir: sabe-me bem. Há algo de inspirador em saber que estou sozinha, que tenho tempo para escrever, que posso fazer tudo ao meu ritmo, que tenho a casa só para mim. Já vivi sozinha solteira e já vivi sozinha longe do Manel, noutro país, por isso sei que só me sabe bem uma noite sozinha porque amanhã já cá está outra vez. Não tenho saudades de viver sozinha. Mas uma noite sozinha, sabendo-me acompanhada (na vida), sabe bem. Mas dizia eu: cheguei tarde a casa, aqueci sopa que fiz no domingo à noite (de couve flor, nunca tinha feito, não estou muito fã) e preparei umas torradas. Em 5 minutos estava instalada no sofá, em frente à televisão - com o aquecedor ligado - a ver programas de culinária. É raro ligar a televisão, passo dias inteiros em casa e ignoro-a sem qualquer esforço (das várias vezes em que vivi sozinha nunca tive televisão) mas é nestes momentos, ao final da noite, que me apetece não pensar nada - e os programas de culinária permitem-me uma abstracção incrível. Entretanto já mudei para a rádio, porque se fico a ver programas de culinária continuo a achar que estou com apetite, e parei no Oceano Pacífico da RFM - que já não é como era, que músicas são estas? Também quase nunca ouço rádio (não conduzo há meses). Mas falando do Oceano Pacífico... É inevitável não me lembrar da minha mãe que conta como o Oceano Pacífico lhe fazia companhia nas noites de estudo quando andava na faculdade e vivia numa residência de freiras em Lisboa (os meus avós viviam em Setúbal). Imagino-a sentada à secretária, num quarto minimalista, com um candeeiro pequenino e livros. Com 17, há 40 anos atrás. Parecida comigo. (Ou eu parecida com a minha mãe).

Momento piroso do dia (hoje estou sensível, cheguei a chorar com a publicidade que anda a comover meio Facebook):


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